Sexy Beast (2001)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema

Nota: 3

Premiado como melhor Ator europeu e indicado ao Oscar de Ator Coadjuvante, Ben Kingsley confirma com este filme o que já se sabia há algum tempo. Não era como se podia pensar, um ator de um só personagem.

Quando ele ganhou o Oscar por "Gandhi", em 1983, dava a impressão de que nunca mais teria chance de mudar de tipo ou chance de fazer outra coisa em cinema. Kingsley enganou a todos. Neste mesmo período, levou o prêmio SAG (do Sindicato dos Atores) como melhor de TV por sua criação do papel de pai de Anne Frank (um primor de trabalho). Agora com "Sexy Beast", ele surpreende novamente fazendo um personagem de vilão, de absoluto "mal", sem cair em momento nenhum em caricatura.

O filme é daquelas fitas inglesas da moda de aventuras de gangsters com senso de humor, apesar do ator central ser Ray Winstone, que é especializado em papéis de bruta-montes ("Face -Criminosos por Acaso", "Ladybird Ladybird", "Sombras de um Passado"; "Zona de Conflito/ War Zone" do Tim Roth; "Violento e Profano", de Gary Oldman).

Desta vez ele faz Gal, um bandido britânico que se aposentou na Espanha, ao lado da mulher. Vivia tranqüilo curtindo o sol com os amigos até quando aparece um outro bandido, Don (Kingsley) que quer de toda maneira que ele retorne à atividade e participe de um assalto em Londres. E Gal não vê outra saída.

Não é preciso revelar mais nada. A seqüência do assalto é bem interessante (e original, ensinando aos nossos bandidos uma nova técnica por enquanto ainda inédita aqui e, segundo dizem, eficiente ainda que trabalhosa). O papel de Kingsley é realmente secundário mas de enorme ferocidade, que ele faz sem qualquer concessão (a cena da piscina é muito forte). Não levou o Oscar (perdeu para o britânico Jim Broadbent), mas é uma fita interessante em particular para quem gosta do gênero e admira Kingsley.