Shampoo (1975)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema

Nota: 3

Este filme famoso acabou virando um retrato de época, os anos 70, com seu visual de gosto duvidoso (cabelos, roupas, direção de arte, tudo parece muito brega hoje em dia). Mas também é muito mais ousado que os filmes atuais (há uma cena famosa na qual Julie Christie vai debaixo da mesa fazer sexo oral em Beatty, aliás na época ambos viviam juntos).

Foi o próprio ator quem produziu e co-escreveu o roteiro inspirado em casos reais (um cabeleireiro Jon Peters namorou Barbra Streisand e acabou se tornando importante produtor, e Jay Sebring foi morto no massacre da Família Manson).

Mas apesar de muitas curiosidades (como a estréia de Carrie Fisher, futura Princesa Lea de "Star Wars" faz uma adolescente precoce), o filme se tornou lento, arrastado e datado. É preciso ver nele uma sátira de costumes e mesmo social (o fato de se passar em eleição não é à toa). Mesmo assim parece superestimado. Premiado como "Atriz Coadjuvante" (Lee Grant) foi também indicado para os Oscars de "Melhor Roteiro" (Beatty e Robert Towne), "Ator Coadjuvante" (Jack Warden) e "Direção de Arte".