Shrek (2001)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema

Nota: 5

Foi um mega sucesso de bilheteria nos Estados Unidos, depois do sucesso no Festival de Cannes. Essa animação por computador, "Shrek", é um novo capítulo da batalha e rivalidade entre a Dreamworks e a Disney pela supremacia no gênero animação. Tudo porque Jeffrey Katzenberg, responsável pelos desenhos na Dreamworks criou o estúdio junto com Spielberg e Geffen quando saiu brigado da Disney, onde foi justamente o responsável pelo renascimento desse tipo de filme, a partir de "A Pequena Sereia".

Eventualmente saiu em guerra com o chefe da Disney, Michael Eisner (caricaturado no personagem do vilão Lord Farquad, um nome que por sinalem inglês parece um palavrão). A fita é obviamente uma gozação de vários aspectos da Disney, desde o fato do vilão ser muito baixinho (como Katzenberg, que era chamado por Eisner de anãozinho), até os parques (o palácio), as diversas figuras dos velhos desenhos (que tiveram o cuidado de usar o personagem mas não sua semelhança que está sob copyright) e pela própria concepção da fita, que é basicamente um anti-conto de fadas. Mas isso acontece mais na aparência do que de fato.

Depois de um começo bastante vulgar, com piadinhas escatológicas, daquelas que criança pequena gosta, a fita se suaviza e nunca chega a ser ofensiva. Mesmo que o espectador comum não perceba certos detalhes ou referencias, isso não impede a apreciação da fita, que é dos desenhos mais divertidos e engraçados dos últimos tempos. Dublado se perde metade do impacto sem as vozes dos astros originais, até porque os personagens foram desenhados inspirando-se em seu rosto e jeito (principalmente Cameron Diaz, como a princesa) ou só ganham vida mesmo pela habilidade vocal do ator, como é ocaso de Eddie Murphy, que está em um de seus melhores momentos como o burro Cheio de citações, brincadeiras, gags e piadas. "Shrek" é umadelícia de se assistir.