Sinbad, a Lenda dos Sete Mares (2003)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema

Nota: 3

Estreou em nossos cinemas apenas em versão dublada, este desenho animado da "Dreamworks", que tem as vozes originais de um elenco de super stars (em seu lugar fomos brindados com dois atores de novelas que falam em puro carioquês, Thiago Lacerda - que não chega a comprometer - e Giovanna Antonelli, que é um desastre total, chega a irritar a gente).

Vai ver que diante do fracasso do filme nos EUA, fizeram até bem porque adulto continua a ter preconceito com fita de animação, ao menos no Brasil (apesar do ótimo e contemporâneo "Procurando Nemo"). Mas eu me diverti com este "Sinbad", que segue a linha tradicional das lendas sobre ele (ou seja, pura fantasia). Acho mesmo que o roteiro do filme (de Patrick Gilmore e Tim Johnson) é bastante competente e sem dúvida o melhor filme de piratas dos últimos anos (não quer dizer muito porque faz bastante tempo que não existe um bom filme do gênero e em geral eles têm sido rejeitados pelo público).

Como em "Spirit", o filme continua misturando técnicas, tem muita coisa em animação digital (imagens radicais), por computador e outras de técnicas tradicionais. Impressionam as figuras mitológicas que atacam o navio de Sinbad, ganhando contornos inesperados.

Quem dubla Marina, o interesse romântico de Sinbad, é Catherine Zeta-Jones (a personagem usa uma roupa por demais moderna e seu rosto também não faz jus à beleza de Catherine). Mas não há como negar que a fita não traz nada de especialmente novo, ela é apenas legal de se ver. As aventuras são movimentadas e visualmente interessantes. É mais fita de menino que menina (o que pode ser um problema comercialmente), ao contrário de "Spirit". Mas nenhum pai ou criança irá se aborrecer com ele.