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Ficha completa do filme

Aventura

Superman - O Retorno (2006)

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema
Nota: 3

Ao custo de cerca de US$ 300 milhões (incluindo marketing), o retorno de Superman não foi tão bem-vindo quanto se esperava. Mas está longe de ser o desastre que se temia. A opção do diretor Bryan Singer, que largou "X-Men 3" para assumir este projeto, foi esquecer que existiram Superman 3 e 4 (que não verdade eram espúrios) e retomou a franquia a partir do número 2. Escolheu para herói um ator desconhecido, Brandon Routh, que é um clone de Christopher Reeve, piorado, sem dúvida, e prejudicado pelos efeitos digitais. Seu rosto, principalmente, sofreu um banho de digitalização, de tal forma que ele virou um boneco, uma animação, perdendo suas características humanas. Não dá nem para dizer se ele é bom ou mau ator porque foi forçado a fazer uma imitação canhestra de Reeve.

Singer, como fã da série, sabia dos riscos que corria. O "Superman" original, de 1978, feito por Richard Donner, foi uma fita marcante para toda uma geração que gosta de quadrinhos. Pela primeira vez o super-homem podia voar, num filme que tinha tudo: bons efeitos, boa música (que retorna aqui em novos arranjos), química entre os atores e, principalmente, acertava totalmente na escolha do elenco. O filme com Christopher Reeve também se tornou lendário pela presença de Marlon Brando, ganhando milhões de dólares por alguns minutos em cena; por ter sido feito praticamente ao mesmo tempo que a segunda parte; pelos escândalos de bastidores (houve suspeitas de que a produção contou com dinheiro sujo da Máfia), e por seu imenso sucesso. Depois dele outros super-heróis tiveram espaço e condições para existirem no cinema.

Enquanto Superman era relegado a séries de TV (todas de qualidade), a Warner tentou produzir, sem sucesso, outros filmes com o herói. Foram cogitados diretores como Tim Burton, Michael Bay, Robert Rodriguez e Brett Rattner e atores como Nicolas Cage. Por fim, o estúdio decidiu rodar um roteiro dos escritores do primeiro "X-Men", Dan Harris e Michael Dougherty, chamando também o diretor daquele filme.

Rodado na Austrália, "Superman Returns" mostra o herói voltando de seu planeta natal, onde foi verificar se realmente estão todos mortos. Ao chegar a Metropolis e ao jornal "Planeta Diário", descobre que Lois Lane tem um filho pequeno e um novo namorado (James Marsden). Não é muito difícil imaginar quem é o pai da criança, mas o roteiro estica
o assunto ao máximo e tira muito pouco proveito da situação, talvez pensando num próximo filme. O resultado é uma narrativa lenta, com relativamente pouca ação.

O vilão é novamente Lex Luthor, agora vivido por Kevin Spacey, que faz uma imitação de Gene Hackman no filme de 1978. De qualquer forma, como todos os personagens, Luthor também é mal construído e não tem grandes cenas. Seu plano mirabolante é, no fundo, bobo: roubar os cristais de Superman e criar um novo continente, destruindo a Terra. Parker Posey, mais discreta que de costume, faz sua parceira Kitty. Um erro grave foi a escolha de Kate Bosworth para fazer Lois Lane. Ela não tem o peso para a personagem, nem para a história, e, para piorar, não mostra a menor química com Routh.

Como ação, o filme tem logo no começo uma boa seqüência em que Superman tenta impedir que um novo avião, onde está Lois, entre para o espaço sideral ou venha a explodir, conseguindo capturá-lo num estádio de beisebol. Mas dali em diante é tudo rotina.

Apesar das restrições, o novo "Superman" pode ser visto sem problemas. É mais do que razoável.

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