Superpai (2002)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema

Nota: 2

É engraçado como uma simples mudança de título nacional pode mudar o enfoque de um filme. Nos EUA, ele se chamava "Joe Someboy" e era basicamente a história de um sujeito tão sem graça e opaco que ninguém guardava seu nome. Até o dia em que resolve enfrentar o brutamontes do escritório numa luta no estacionamento. No Brasil, virou "Superpai", porque pegaram um detalhe da história, quando o herói apanha do brutamontes a primeira vez, a filha assiste tudo. Então querem nos fazer crer que por isso ele vai se esforçar e se tornar o que o título promete.

Mentira: É apenas truque para ver se atrai mais gente para esta fita que estreou em nossos cinemas no Dia dos Pais. Mas duvido que alguém caia nessa, porque poucos conhecem por aqui o comediante Tim Allen (a não ser que seja pela voz dos dois "Toy Story"). Famoso na série de TV americana "Home Improvement" (vista apenas na falecida "Showtime"), ele fez filmes que foram bem por lá ("Meu Papai é Noel" e "Meu Filho das Selvas") mas passaram em branco por aqui. Não injustamente porque é difícil se render aos possíveis encantos de Mr. Allen (sempre dirigido por seu homem de confiança John Pasquin).

Esta fita que fracassou lá fora é profundamente banal e medíocre. Parece querer dizer alguma coisa dentro daquela velha mensagem americana de que é preciso brigar por seus direitos (quando o problema hoje é oposto, todo mundo quer é ficar famoso e reconhecido, o que acontece com o herói quando ele parte para a porrada). A única aparição que eu achei mais divertida foi a de James Belushi, quase especial, que faz um antigo astro de filmes de ação (ou seja, autobiográfico) que agora tem academia e tenta ensinar ao herói alguns rudimentos de artes marciais.

Mas entre drama e comédia, a fita fica num meio termo, mais ou menos como no caso dos títulos. Mas como filme celebrando datas, nem pensar.