Sylvia - Paixão Além das Palavras (2003)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema

Nota: 2

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Chegou-se a iniciar uma débil tentativa de campanha para Gwyneth Paltrow ser indicada ao Oscar pelo seu papel neste drama biográfico que foi total fracasso nos EUA. Mas não adiantou, nem era o caso, porque Paltrow está passiva e desinteressada, mesmo sendo o filme e a personagem interessantes.

A poeta norte-americana Sylvia Plath (1932-63), autora do cult "The Bell Jar", é lembrada tanto por seus textos depressivos quanto por seu suicídio. O filme é realizado por uma mulher, Christine Jeffs, neozelandesa que tinha estreado com o curioso "Rain" (2001).

O filme não chega a ser ruim. É frio, não dá uma idéia clara do talento da escritora (poema é uma coisa difícil de traduzir, mas pelo jeito o que torpedeou o projeto foi o fato de que a filha de Sylvia, Frieda, não permitiu que nenhum poema da mãe fosse usado no filme). Mesmo assim, o longa faz questão de relatar a vida depressiva de Sylvia, estudante em Cambridge que se casa com um outro poeta e professor, o inglês Ted Hughes, que lhe é extremamente infiel. Talvez com certa razão porque não parece fácil suportá-la.

No papel de Hughes, está o inglês Daniel Craig, revelado em "Lara Croft 1" e "Caminho para Perdição". Blythe Danner, mãe de Gwyneth na vida real, faz a mãe de Sylvia. Mas muita coisa não é dita. Hughes ficou como culpado pela morte da heroína (principalmente pelos fãs póstumos dela; em vida Sylvia foi pouco lida), embora viesse a ser depois "o poeta laureado da Inglaterra".

Mais tarde, ele se casou com sua amante -que também se suicidou!-, queimou os diários de Sylvia e editou seus poemas (talvez mexendo neles). Como biografia de escritores, eu certamente prefiro outros (como "Íris"), mas é difícil encontrar alguém que cujas vida e obra estejam tão interligados e tão superficialmente explicados na tela como em "Sylvia".