Tabu (1931)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema

Nota: 3

Último filme do mestre alemão Murnau (1888-1931), que morreria em um acidente de automóvel em Los Angeles antes do filme ser lançado.

Co-roteirizado pelo lendário documentarista Robert Flaherty (1884-1951), famoso por "Nanook, o Esquimó", foi motivo de disputa entre os dois realizadores, pois aparentemente Flaherty imaginava ter mais espaço criativo do que efetivamente teve. Mas é difícil hoje julgar a autoria do filme, que parece mesmo ter pouco de Murnau e uma forte tendência documental.

Segundo os especialistas, Murnau trouxe sua sensualidade e Flaherty, o gosto pela natureza. Filmado no Taiti, com não-atores nativos (surpreendentemente bons) e mudo (feito já no período falado, provavelmente foi realizado assim devido às dificuldades de captar o som em locação). Tem belíssima fotografia (premiada com o Oscar) e muito lirismo e romantismo, numa visão idealizada do amor em luta contra as convenções sociais. Mas não chega a ser fita de aventura ou turismo. Vale conhecer. Originalmente foi distribuído pela Paramount.

Edição em misterioso DVD duplo (o total de metragem do filme mais extras não chega a 120 min).