Tarzan: O Homem Macaco (1932)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema

Nota: 3

Foi exibido nos cinemas como "Tarzan, O Filho das Selvas". Depois do sucesso de "Trader Horn", em 1931, um filme da "Metro", passado nas selvas, o estúdio comprou os direitos exclusivos da obra de Edgar Rice Burroughs, e aproveitou o mesmo diretor Van Dyke, famoso por sua rapidez.

O problema foi encontrar o ator certo. Foram testados Clark Gable, Joel McCrea, Johnny Mack Brown, mas o escolhido foi Herman Brix, campeão olímpico em 1928. Mas ao rodar outro filme, ele quebrou seu ombro e tiveram que encontrar um substituto. O escolhido foi Johnny Weissmuller, campeão olímpico de natação de 1924 e 28 (ele nem precisou fazer teste, ao ser descoberto na piscina de um hotel. Mas houve problemas, porque, na época, ele tinha um contrato exclusivo com uma fábrica de maiôs. Durante sua carreira esportiva ele acumulou 134 recordes individuais).

O estúdio o promoveu como "o único homem de Hollywood que consegue representar sem roupa". Curiosamente ele só aparece no filme depois de meia hora, fala muito pouco (o diálogo lendário "Me Tarzan, You Jane", na verdade não acontece).

Entretanto, estabelece a tradição do gênero: nadando com crocodilos, lutando com gorila e um leão, liderando uma manada de elefantes que vem salvar os heróis. Para Jane, escolheram uma jovem irlandesa de 23 anos, Maureen (futura mãe de Mia Farrow), que é a figura principal da história.

Rodado durante cinco meses na região do lago Toluca, perto de Hollywood, utiliza de forma muito ingênua cenas reais feitas na África. Em alguns momentos, os atores em estúdio chegam ao cúmulo de olhar a tela como se estivessem realmente em locação.

Os diálogos são do famoso dramaturgo Ivor Novello (que foi o personagem interpretado por Jeremy Northam, em "Assassinato em Gosford Park", 2002), e transformam o Tarzan sofisticado do livro em uma espécie de homem-lobo. O filme foi um imenso êxito de bilheteria e a Metro nunca permitiu que Weissmuller fizesse outro papel.