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Ficha completa do filme

Drama

Tempo de Recomeçar (2001)

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema
Nota: 2
Tempo de Recomeçar

Não gosto do trabalho do diretor Irwin Winkler. Ele era um produtor de sucesso que resolveu dirigir e nunca acertou. Sua lista de fitas ("Culpado por Suspeita"; "Sombras do Mal"; "A Rede"; "À Primeira Vista") mostra sempre uma ambição que se perde numa realização medíocre.

É também o caso deste drama que chegou com certo atraso, porque não conseguiu as indicações ao Oscar que almejava. E não merecia (nem Kevin Kline, que está neutro, nem Hayden Christensen, o garoto de "Star Wars II", que por este filme que fez antes, chegou a ser indicado ao Globo de Ouro de Coadjuvante. Mas quando faz o personagem como punk está amaneirado e inconvincente. Não é bom mesmo).

O filme até poderia ser interessante porque é raro Hollywood fazer hoje em dia dramas sobre problemas humanos e pessoais (esse tipo de projeto já está confinado à TV, embora lá esteja como aqui, o nível da TV aberta baixou tanto que eles nem tem feito mais telefilmes que sobram para a TV por assinatura). Winkler encomendou um roteiro original para Mark Andrus ("Melhor é Impossível").

Mas não apenas a idéia é discutível (um homem que está morrendo de câncer, perde o emprego e resolve construir uma casa antes de morrer, aproveitando para se reconciliar com o filho de 16 anos que está drogado e à beira da marginalidade). Como o roteiro é falho e por vezes irritante.

Kevin Kline emagreceu e até se esforça para convencer como herói George, criador de maquetes para um escritório de arquitetura que perde o emprego (um computador dá menos trabalho). Mas não tem como lutar com personagens mal resolvidos, num mundo de faz de conta onde tudo se resolve com uma conversa e muita boa vontade. Como se um drogado mudasse assim de uma hora para outra.

Enfim, a fita já não convence desde a imagem básica da casa (caída aos pedaços no barranco de uma comunidade rica onde o visual é mais importante do que a verossimilhança). E vai piorando com o relacionamento com o filho (que está prestes a se prostituir com homens mais velhos por causa de dinheiro e de drogas, além de estar cheio de piercings), a ex-mulher (Kristin Scott Thomas mantém a dignidade), os vizinhos. Ele obriga o garoto a morar com ele durante o verão mas a situação só vai ficando mais boba. Piora de vez, quando entra o romance paralelo e tratado como comédia de uma vizinha (Mary Steenburgen) que tem um caso com o ex-namorado de sua filha e também traficante (Ian Somehalder). E tudo se precipita em tom errado de farsa até o final óbvio.

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