Tempos Modernos (1936)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema

Nota: 5

Faz parte da "Coleção Chaplin", que foi autorizada pela família de Carlitos e produzida pelo francês Marin Karmitz. Todas as cópias são restauradas, com edições especiais (a embalagem é a mais bonita e cuidada até hoje, lançada no mercado brasileiro). Último filme mudo de Chaplin (ele não fala, mas o filme é sonoro - ouve-se o rádio, a voz do patrão, mas ele só fala ao final, quando canta uma canção com letra incompreensível. O que foi, ao mesmo tempo, uma crítica ao cinema falado e uma demonstração de que se achava antes de tudo, um mímico).

Trabalhou pela primeira vez ao lado de sua mulher (a única que transformou em estrela), a encantadora Paulette Goddard (na época apenas viviam juntos. Depois se casariam e se divorciariam, mas ficariam amigos até o fim da vida). Feito em plena crise econômica da Depressão, o filme é uma sátira à modernidade influenciada por "A Nós, a Liberdade", de René Clair, com momentos memoráveis e antológicos. É a última vez que aparece o personagem do vagabundo Carlitos, que mais uma vez termina andando por uma estrada, que se dirige ao infinito. Porém, agora, ao lado de Paulette e ao som da música clássica "Smile".