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Ficha completa do filme

Drama

Testamento de Orfeu (1959)

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema
Nota: 3
Testamento de Orfeu

Como sempre nesta "Coleção/ Box Cocteau" (menos na "Bela e a Fera"), a cópia é excelente e traz como extra um documentário feito por Cocteau em 1950-52, chamado "La Villa Santo-Sospir", colorido, em que ele mostra e comenta, durante 36 minutos, a residência de uma amiga em Cap Ferrat, na Côte D'Azur (mencionando também que é o primeiro e único filme dele a cores).

O longa, porém, é especial e, para poucos, uma ação entre amigos (atores famosos e até Picasso fazem pontinhas), já que foi produzido por gentileza por François Truffaut (o que explica a ponta de seu alter-ego Jean Pierre Léaud), na região de Baux de Provence, um lugar árido. As citações de Orfeu são muitas, até com o retorno dos personagens daquele filme (feito pelos mesmos atores menos Marais, que faz aqui Édipo Rei cego).

Ou seja, é melhor ver antes aquele filme para melhor decifrar este sonho (Cocteau dizia que o Cinema torna real o irreal), cheio de referências mitológicas (como Homens Cavalos, Minerva, Antígona) e utilização de alguns truques engenhosos que eram sua marca (como a flor de hibisco que se reconstrói).

Quem estiver familiarizado com a obra de Cocteau saberá curtir melhor este filme que havia ficado inédito comercialmente no Brasil. Um caso raro de um poema decifrável. Logo no começo, Cocteau o define como um "strip tease de sua alma nua". E o "legado de um poeta" que sonha o mesmo sonho. Mais tarde é julgado inocente de penetrar num mundo que não é o seu. Claude Pinoteau assina como diretor técnico.

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