Todo mundo em Pânico (2000)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema

Nota: 2

Foi enorme sucesso de bilheteria e deu origem à uma continuação apressada e inferior em 2001. É também o filme de maior bilheteria dirigido por um negro, embora tenha um título nacional muito ruim (o certo seria misturar todos os nomes das fitas do gênero), tem o mérito de ter sido o primeiro a ter a idéia de parodiar esse tipo de fita que faz sucesso com os adolescentes e deu origem a muitas imitações.

Teve um grau nunca visto de grosseria e audácia, que conseguiu driblar a censura americana (mas depois provocou uma reação forte até do governo), talvez por ter pela primeira vez no cinema americano uma grande profusão de órgãos sexuais masculinos em ereção (algumas das cenas francamente não dá para descrever aqui).

Como paródia, tem sempre uma grande profusão de piadas. Algumas funcionam, outras não e a maior parte é bem fraquinha. O tom é bem para o publico negro norte-americano e, além disso, surpreendentemente com uma sensibilidade bastante gay. É óbvio que "Pânico" (Scream) é o alvo mais claro das piadas, mas há também outras citações tipo "Eu sei que vocês fizeram no verão passado" e "Lenda Urbana", mas no vale tudo entram referencias de "Os Suspeitos", "Sexto Sentido", "Dawson´s Creek", "Amistad", "Matrix", Mamãe Zona", "Bruxa de Blair" e até comercial de cerveja.

O começo já dá o tom da fita, com Carmen Electra sendo aterrorizada no telefone e sendo perseguida (a piada mais dentro é quando é esfaqueada justamente em cima de seu implante de silicone no seio). O resto das piadas é nesse nível, o jogador negro que mal consegue esconder que é gay, o outro jogador branco que tem problemas com o tamanho de seu documento, uma repórter pretensiosa que escreveu um livro chamado "Você está morta, eu estou rica".Engraçado? Um pouco baixaria demais, mas os adolescentes - publico alvo - gostam.