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Ficha completa do filme

Drama, Policial

Traffic (2000)

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema
Nota: 4
Traffic

Vencedor de quatro Oscars (diretor, ator coadjuvante - Benício Del Toro, Roteiro Adaptado e montagem) é um bom filme, mas não excepcional. É de evidente qualidade, perturbador, oportuno e confirma o talento do diretor Steven Soderbergh, (que no mesmo ano foi indicado também como diretor por outro filme, "Erin Brokovich", um caso único na história do prêmio).

É visível o controle que ele tem em cima de um material tão vasto e complexo. Traffic é inspirado numa mini-série inglesa do mesmo nome (de 1989, com cinco horas, produzida pelo famoso Channel 4, que dava uma visão global do problema das drogas, só que pelo ponto de vista dos europeus). Aqui, o roteiro transferea ação para os Estados Unidos. As três ações são mescladas, sempre de forma interessante. Soderbergh que também opera a câmera, escolheu um estilo de fotografia diferente para cada uma das tramas. Assim, no México (em Tijuana), a luz é mais estourada, mais forte, parecendo granulado como um documentário. Dentre os ricos, a luz é mais sofisticada, elaborada.

Todo oelenco é excelente e mereceram o prêmio de "melhor elenco" que ganharam pelo Sindicato de Atores. O filme é diferente dos outros que falam sobre drogas, por fazer um grande painel e afirmar que não há soluções fáceis. Por isso, não tem um final mais pra cima, mais otimista porque para no caso do tráfico para cada pequena vitória há sempre outras derrotas e novos problemas. Não faz concessões, não apela para aventura, suspense ou tiroteio banal, para entreter, apenas denuncia ("ninguém está limpo" comodizem os cartazes).

Há um ou outro probleminha (por exemplo, o personagem de Douglas num cargo daqueles jamais iria pessoalmente atrás da filha, teria asseclas e empregados para isso), mas sabe-se que foi tirada do roteiro uma cena em que ele experimentava a droga em família para conseguir entender porque ela exerce tanta atração sobre a filha; também a mudança de comportamento de Catherine Zeta Jones é discutível e improvável, mas tem na fita um resultado muito forte e marcante. Benício del Toro ("Os Suspeitos", "Medo e Delírio") tem o papel mais marcante, o mais humano e o ator que fazcom mais verdade, sem poses ou exageros.

Boa edição nacional vem em dois discos.

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