UOL Entretenimento Cinema

Ficha completa do filme

Ficção Científica, Ação

Transformers (2007)

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema
Nota: 4

Não há duvida: este é o mais espetacular filme de ação da temporada, ratificado pela assinatura do produtor Steven Spielberg (que manteve o orçamento relativamente baixo, sem ultrapassar os US$ 150 milhões) e do diretor Michael Bay ("Pearl Harbour", "A Rocha", "Armageddon" e recém-saído do seu único fracasso, o interessante "A Ilha"). Ajuda um pouco acionar o fator nostalgia: se você foi criança nos anos 80, com certeza brincou ou assistiu algum desenho com os Transformers (1984-87) da Hasbro e vai vibrar em ver seus antigos heróis ressuscitados em grande estilo num filme que é um triunfo de merchandising. Afinal, são robôs que se transformam nos mais variados carros; o lugar de honra é para um Chevrolet Camaro 1977, dando margem também para promover o 2009. É certamente o clímax do fetichismo, uma celebração do carro como um sonho/armadura de qualquer macho.

Construído como uma espécie de saga, o filme é basicamente sobre uma guerra entre os bons e os maus, entre os heróicos Autobots e os maléficos Deceptions. E como herói vem, como não podia deixar de ser, um adolescente, o já veterano Shia LeBoeuf (que é o ator do momento, graças ao êxito do suspense "Paranóia" e por estar rodando no momento o novo "Indiana Jones"). Até porque o filme é a realização do sonho de qualquer "teenager" ou moleque ainda mais novo (como diz a "Variety", para "o garoto de 8 anos que ainda existe dentro de você"), que vai vibrar com a ação incessante, os incríveis efeitos especiais e, principalmente, com habilidade narrativa de Bay (que, movimentando a câmera, torna as cenas de luta ainda mais impressionantes). Sem falar na fortuna que eles vão ganhar com os brinquedos derivados do filme, já que você sai da sala de cinema ansioso para comprá-los.

Embora alguns fãs ardorosos tenham reclamado que a franquia foi modificada na tentativa de criar uma trama para o filme, a verdade é que ela é bem solta e serve de mero pretexto para os confrontos e as confusões do herói. Shia faz Sam Witwicky, um adolescente normal que sonha em ter seu primeiro carro . Quando vai consegui-lo junto com o pai, acaba mais sendo é escolhido por um deles, justamente o Camaro (é quando o filme entra em sua fase "Se meu Fusca Falasse", com o carro ganhando vida própria e aprontando algumas antes de se identificar como Transformer). O filme no fundo acaba sendo uma "love story" entre o herói e seu carro! Há, inclusive, canções pops aparecendo nos momentos adequados para impressionar a garota de que ele gosta, a sensual Megan Fox (como Mikaela).

Enquanto nisso, numa ação paralela, os soldados americanos no Iraque são atacados por um robô estranho (que, como diz o filme, "é esperto demais para ter sido criado pelos iraquianos"), têm que fugir e eventualmente se unem à história geral (quem os lidera é Josh Duhamel, o mesmo que rodou no Brasil o horrível "Turistas". Acontece que o culpado por tudo é ancestral de Sam, que encontrou no Ártico um precursor do Transformer e que teria sido responsável indiretamente por muitos dos progressos tecnológicos atuais. De qualquer forma e sem entrar em detalhes, a perseguição vai se tornando mais acirrada, com o enfrentamento dos robôs em lutas delirantes, culminando com a da represa no deserto de Nevada.

Resumido, o enredo talvez possa parecer confuso, mas basicamente segue a linha dos filmes de Spielberg, um rapaz comum enfrentando alienígenas agressivos. Melhor relaxar e, com o saco de pipoca, caso aprecie, acompanhar as extraordinárias cenas que expandem as fronteiras dos efeitos digitais. É diversão para valer. Bateu recorde de venda em seu lançamento americano em DVD.

Compartilhe:

    Siga UOL Cinema

    Sites e Revistas

    Arquivo