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Ficha completa do filme

Comédia

Trapaceiros (2000)

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema
Nota: 2
Trapaceiros

Gostava mais quando este filme ia se chamar "Trapaceiros de Meia Tigela". Acho que dava uma melhor idéia do seu conteúdo. Agora sem o complemento ficou mais sofisticado, mais pretensioso. Justamente o que não é este filme de Woody Allen, que foi o primeiro que ele fez para a produtora Dreamworks e que teve sua melhor bilheteria nos EUA nos últimos anos (nada muito espetacular mas bem melhor do que os dois filmes posteriores).

Faz tempo que no Brasil Allen não é mais sucesso (felizmente para ele, na França e partes da Europa ainda mantém seu prestígio). Porém todo mundo está por aqui com um pouco de saudade dele, ou até um certo remorso (e raiva de ficarmos relegados à um segundo plano na distribuição de fitas). Faço um parêntese. Sou e sempre fui fã do Allen e só não gosto mesmo quando ele fica sério e faz aqueles dramas bobos copiados de Bergman. Mas em geral aprecio seus filmes, seu senso de humor e estilo. Por isto estou com liberdade para criticá-lo.

Esta fita foi saudada como a mais engraçada dele nos últimos tempos. Grande coisa, porque as outras recentes foram bem fracas e nada engraçadas (embora pudessem ter outras qualidades). O que me incomoda é que Woody ficou preguiçoso. Já não corta mais, deixa a câmera fixa e rolando. Já não aprimora os diálogos, vale qualquer coisa.

Dizem que esta fita é como as velhas comédias de Woody. Bem que gostaríamos que fosse verdade. Mas nem tanto. Primeiro ele envelheceu e mal. E não se tocou nisso. Aqui volta a interpretar o protagonista, um vigarista-lavador de pratos, mal sucedido, recém saído da prisão, que pretende roubar um banco e para isso aluga um lugar vizinho ao banco.

Para disfarçar abre uma loja de cookies (biscoitos americanos) que para azar deles faz sucesso, levando a esposa (a comediante inglesa Tracy Ullman, outra que nunca me convenceu) a virar nova rica e ser explorada por um inglês sem vergonha (Hugh Grant). Ou seja, a trama desta vez não tem nada de cerebral ou difícil. É simples e óbvia, como uma fita dos anos 30.

Confesso que não consegui achar muita graça. Pareceu-me mal feita, apressada, sem envolvimento, sem paixão. Leve, banal. De alguém que está ficando sem ter o que dizer, cujas idéias estão escasseando. Mas se você é fã, esqueça o que eu disse. Veja e se divirta.

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