Tubarão 3 (1983)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema

Nota: 2

Após "Tubarão 2", quase uma refilmagem do original, a idéia da Universal era produzir uma paródia, que se chamaria "Tubarão 3 X Povo 0", sem a participação de Spielberg e do elenco original. Certamente eles não sabiam que no Brasil havia sido feito isso com o título de "Bacalhau".

No final acabaram decidindo fazer um filme sério, repetindo a estrutura e o clima dos dois anteriores, até copiando a trilha musical clássica de John Williams. E em terceira dimensão, daí a todo instante coisas serem jogadas em direção ao espectador, água espirrar na lente etc.

Na falta de idéias melhores e como um modo de driblar o baixo orçamento, resolveram ambientar o filme no parque marítimo recreativo Sea World, na Flórida, que é invadido por uma gigantesca fêmea de tubarão branco que passa a aterrorizar a todos.

Mas o roteiro preguiçoso (que inexplicavelmente tem contribuição do experiente Richard Matheson) não foge muito ao que tínhamos visto antes, colocando desnecessários elementos de filme-catástrofe e desperdiçando até idéias interessantes, como trazer os dois filhos do Chefe Brody (Roy Scheider) dos filmes anteriores, agora adultos, um que trabalha no parque (Dennis Quaid), outro que, traumatizado pelo passado, morre de medo de água (John Putch).

Todo o elenco é fraco e não tem muito o que fazer, mas o maior problema mesmo é a pobreza dos efeitos especiais, principalmente o tubarão branco, que parece estático e sem vida. O diretor Alves, antes diretor de segunda unidade, diretor de arte e desenhista de produção, nunca mais assinou outro filme. A série se encerraria de forma ainda pior com o ruim "Tubarão 4: A Vingança" ("Jaws: The Revenge", 1987).