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Ficha completa do filme

Comédia Dramática

Tudo Acontece em Elizabethtown (2005)

Débora Costa e Silva

Débora Costa e Silva

Da Redação 18/03/2011
Nota: 2
Tudo Acontece em Elizabethtown

A tradução do título não poderia ser mais adequada, já que o filme mistura gêneros e insere diversas tramas que distraem o espectador do enredo principal. Quem assiste não sabe se chora ou se ri de tanta confusão - afinal, é comédia ou drama?
A história de Drew Baylor começa a ser contada a partir de sua demissão após ter criado um tênis, a princípio inovador, mas que, por algum motivo não revelado no filme, apresentou falhas que renderam um enorme prejuízo à empresa. Enquanto ele, arrasado, pensa em suicídio, é surpreendido por outra má notícia: a morte de seu pai.

Inconsolável, Baylor pega um vôo rumo à cidade de Elizabethtown para providenciar o enterro. Durante a viagem, tem que lidar com a comissária de bordo Claire, personagem de Kirsten Dunst, uma tagarela que insiste em conversar e esbanja chatice logo de início.

Chegando à cidade, é recebido com entusiasmo pelos familiares e amigos de seu pai. As cenas que seguem são caóticas, com crianças gritando, pessoas rindo e celebrando o reencontro dos parentes. Para piorar, ele se hospeda em um hotel que está ocupado por convidados de uma festa de casamento. Ou seja, ele encontra em Elizabethtown todo tipo de euforia que se quer evitar quando se está sofrendo.

Se por um lado cenas como as do filho espevitado do primo de Baylor ou as do casamento do hotel desvirtuam o caminho da narrativa principal, por outro funcionam como pílulas de humor ? não chegam a provocar gargalhadas, mas divertem.
Quem ajuda a aliviar as tensões do rapaz é a aeromoça, a única que se dispõe a ouvi-lo e distraí-lo. Com piadinhas sem graça, a personagem de Dunst não consegue gerar empatia e fica difícil entender como Baylor se apaixonou por ela. A impressão é de que a moça o venceu pelo cansaço.

Para ajudar na confusão, há ainda os telefonemas de Hollie (Susan Sarandon), a mãe do protagonista. Quase enlouquecida por conta da morte de seu marido, ela atormenta o filho à distância. Hollie acaba indo para a cidade participar da cerimônia de cremação, que reúne desastres, como sua performance dançando sapateado em homenagem ao falecido, a banda de rock do primo de Baylor se apresentando e sendo interrompida por um incêndio no salão da cerimônia.

As cenas que sucedem a cremação são as mais interessantes e fazem o filme valer a pena. É o momento road movie, que mostra o retorno de Baylor de carro sozinho para sua casa, levando a urna onde estão as cinzas do seu pai. Ele segue um mapa feito por Claire, que também gravou um CD com músicas que servem de trilha sonora para o passeio. Durante a viagem, o rapaz finalmente chora e sofre os acontecimentos dos últimos dias e segue rumo à superação.

O longa inclui no mesmo caldeirão um roteiro de drama sobre como superar um fracasso, um romance sobre um caso de amor que começa inusitadamente, um road movie sobre um cara em busca da resolução de seus conflitos internos que cai na estrada a fim de solidão e ainda um drama sobre a relação entre pai e filho (e suas reflexões após a morte do primeiro).

No entanto, a ideia de que para superar uma dor é preciso de ''cinco minutos de melancolia para depois seguir em frente'' conclui todos esses enredos. Uma pena que o desfecho seja acompanhado por tantas frases prontas, típicas de livros de auto-ajuda. Vale pela trilha sonora de rock, blues e soul, principalmente nas cenas em que ele percorre as estradas americanas e passa por cidades extremamente musicais como Memphis e Nashville.

Os extras da edição do DVD especial para colecionador tem bastante coisa interessante, como as cenas dos ensaios e dos testes dos atores, trechos de making of com a equipe de filmagem, cenas originais, e imagens e entrevistas feitas em Memphis durante a produção, além do trailer e fotos. De curioso, há o vídeo ''Aprendendo a ouvir com Renty'', que Claire deu a Baylor para ajudar seus primos pequenos a ficarem quietos.

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