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Ficha completa do filme

Comédia

Tudo em Família (2005)

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema
Nota: 2
Tudo em Família

Sem dúvida, não há nada de novo nesta história que revitaliza um velho clichê: a história da volta para casa, no caso para um feriado prolongado (Natal e ano novo). Todo mundo passa por isso ou coisa parecida, então é fácil se identificar com os personagens e situações.

Foi o que certamente pensou seu autor Bezucha (que eu conheci há alguns anos quando fez seu filme de estréia que passou em Sundance, "Big Eden"). Cansado da vida de independente, ele tentou se fixar numa história humana, com momentos divertidos, outros tristes e o resultado é mais que estimável, o público, principalmente as mulheres, irão apreciá-lo.

Quem vem para o Natal é o filho mais velho, Everett, até então solteirão e bem sucedido. O roteiro não entra muito em detalhes sobre ninguém, deixa tudo no sub-entendido, mas não esquece de ser politicamente correto ao mostrar um dos filhos que é homossexual e tem um caso há muito tempo, supõe-se com um negro. Para completar, o filho ainda é deficiente auditivo. Uma das cenas mais fortes do filme é quando ele é ofendido, mesmo que sem querer e de forma desajeitada.

Everett traz para a família conhecer uma mulher sofisticada que parece trabalhar numa revista em marketing, mas é uma mulher chata e cheia de preconceitos e conceitos. Quem faz o papel é Sarah Jessica Parker que tem o ingrato dever de tentar se livrar da imagem que deu certo em "Sex and the City" (embora ainda tenha coisas da Carrie daquela série, parece que impressionou bem, já que teve indicação ao Globo de Ouro de comediante).

Só que, ao chegar, ela é imediatamente odiada e desprezada principalmente pela caçula (Rachel, de "Diário de uma Paixão", confirmando o talento) e começa a cometer gaffes e erros. Para complicar, ela resolve chamar também sem muita razão uma irmã (feita por Claire Danes, que em nada se parece com Jessica, jamais seriam irmãs) e criar casos que vão se tornando cada vez mais graves.

Ainda porque a mãe da família (uma Diane Keaton discreta demais) tem problemas de saúde (e a cena dela com o marido, onde se revela a natureza desse problema é a mais bonita do filme). Longe de ser uma comédia rasgada, uma chanchada como temos visto tantas, o filme funciona bastante para quem estiver disposto a disponibilizar esse tipo de emoção.

Faltou dizer uma coisa importante: o filme utiliza muito bem uma citação de "Agora Seremos Felizes" ("Meet in St Louis"), com Judy Garland cantando "Have Yourself a Merry Little Xmas", que não por acaso é minha canção natalina preferida. Funciona lindamente valorizando a cena e o diretor que teve a bela idéia.

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