Uma Janela para o Amor (1985)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema

Nota: 5

Uma pequena jóia extremamente bonita. Adaptação fiel de um pequeno livro de E. M. Forster ("Passagem para a Índia"), basicamente um estudo de costumes do começo do século, quando as jovens românticas viajavam até a Itália em busca de um pouco da sensualidade latina. É o que faz a jovem Lucy, chaperonada pela tia Charlotte (outra ótima composição de Maggie).

Chegando a Florença, em 1907, elas se aborrecem por não receberem, conforme lhes foi prometido, um quarto com vista para a cidade. Um irreverente senhor inglês (Denholm Elliot, merecidamente indicado para o Oscar de Coadjuvante) lhes oferece seu quarto. Mas é o filho dele (Sands) que será mais impertinente, a ponto de, durante piquenique no campo, beijar os lábios da jovem Lucy.

Jovens inglesas de boa família não foram treinadas para assumir seus sentimentos e Lucy passa o resto do tempo tentando dissimulá-los para os outros, e principalmente para ela mesma. Aceita ficar noiva de um pedante (Lewis), mesmo quando o rapaz reaparece como seu vizinho. E se a primeira parte foi uma visão esplendorosa de Florença e seus encantos, os dois terços finais pintam um retrato idílico do campo inglês.

Propositalmente leve (a cena mais engraçada é um banho que os dois rapazes e um reverendo vão tomar sem roupa e são pilhados pelas mulheres), com elenco impecável, extremo bom gosto em todos os detalhes, fotografia, utilização das músicas (incluindo árias de óperas), elegância dos figurinos e todo o desenho visual de produção. Indicado a oito Oscars (ganhou Direção de Arte, Roteiro Adaptado e Figurinos).