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Ficha completa do filme

Drama

Uma Mente Brilhante (2001)

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema
Nota: 4
Uma Mente Brilhante

Um drama que tem justamente a cara de "filme que ganha o Oscar". Vencedor do Globo de Ouro de Melhor Filme, assim como os Oscars deAtriz Coadjuvante (Jennifer Connelly), Filme, Diretor (Ron Howard) eRoteiro Adaptado (Akiva Goldman) - e ainda indicado a Ator (Russell Crowe), Montagem, Maquiagem e Trilha Musical Crowe até que merecia levar um novo Oscar, pois apesar de sua comprovada antipatia, ele está melhor do que em "Gladiador".

Na verdade, erraram em lhe dar o prêmio em 2001, deviam ter esperado (Tom Hanks em "Naufrágo" poderia ser a alternativa). Aqui sim, ele compõe um tipo de forma convincente, inteligente, não é apenas presença, é trabalho mesmo de ator. A única coisa que pode atrapalhar a fita é a má vontade de certos grupos organizados, como certas organizações gays (que insistem em dizer que o personagem era homossexual, ou ao menos bisexual) e certos criticos mais radicais (que reclamam que o filme esconde certos detalhes, como o fato de que ele uma vez esteve preso, que houve uma separação e novo casamento, ou seja nos poupam certos detalhes sórdidos para não deixar o personagem antipático e para que as pessoas possam se identificar de maneira mais fácil com ele).

Há outro detalhe que não levamem conta. A fita conta a vida de uma pessoa real e viva, ou seja é autorizada e os envolvidos não permitiram que certos detalhes fossem levantados. Até porque a opção do roteiro e do diretor foi não fazer uma biografia qualquer mas tentaram ilustrar como funciona uma mente genial mas doente. Ou seja, uma empreitada ainda mais difícil. Imagina você ler a sinopse de que se trata da história de um matemático genial que é meio esquizofrênico. Com certeza achará que não vai entender nada. Pois o filme venceu esse obstáculo.

Ele consegue envolver o espectador de tal maneira, que entramos completamente na história e aceitamos o personagem. Quando temos a revelação do que seria a doença é um choque mas também como dizem os americanos "uma epifania", ou seja, um arevelação, a chave para entender o filme (não permita que lhe dêem muitos detalhes para não estragar o prazer de ver o filme). É certamente o melhor trabalho até o momento do ex-ator Ron Howard, aquele sujeito simpático e bonzinho, que fez "Apollo 13", foi ator (em "American Graffiti" e na sériede TV "Happy Days") mas também realizou algumas fitas mais fracas (como "EdTV").

Mas desta vez Howard realiza muito bem a proposta do filme. Conta a história real de John Nash, um matemático esquizofrênico que ganhou o Prêmio Nobel. Sua intenção é entrar na cabeça desse homem brilhante mas maluco e é muito ajudado por Russell Crowe num de seus melhores dias. O fato é que o filme funciona extremamente bem, não lembra se quer "Gênio Indomável", que era muito mais convencional e bobo. Outra boa coisa é que quem está maravilhosa na fita é Jennifer Connelly, que tem uma longa carreira (começou criança aos 14 anos com "Era uma vez na América") mas pouca gente conhece. Agora vai virar finalmente estrela. Já era uma das mulheres mais belas do cinema mas está mais linda do que nunca (magra e lembra uma Christiane Torloni de olhos azuis). E virou boa atriz, sensível, competente.

"Uma Mente Brilhante" certamente não é um grande filme. Mas é um bom filme que cumpre o que pretende de forma limpa e extremamente competente.

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