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Ficha completa do filme

Aventura

Uma Saída de Mestre (2003)

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema
Nota: 3
Uma Saída de Mestre

Fez inesperado sucesso nos EUA. Mesmo sem nunca ser primeiro lugar, passou dos US$ 100 milhões nas bilheterias. Traz também a premiada com o Oscar Charlize Theron, que sempre é um colírio.

É refilmagem de uma fita cult, interessante mas não sucesso, que foi "Um Golpe à Italiana" ("The Italian Job", 1969), de Peter Collinson, com Michael Caine. Aliás, o filme original pode ser visto brevemente numa cena em que Edward Norton está ligando a TV. Ou seja, refilmá-lo não foi um grave problema porque não se trata de um clássico, aliás, poucos se lembram dele.

Mas fiquei decepcionado. O roteiro novo pouco tem a ver com o original, a não ser a idéia central (um assalto auxiliado pelo congestionamento do tráfico numa cidade, antes Milão, agora Los Angeles). E, além das barras de ouro e da máfia (lá italiana, aqui ucraniana), pouca relação há entre os filmes, a ponto deste mais recente ser algo totalmente novo. Evita inclusive o final original, que era muito curioso e divertido.

De qualquer forma, o nome do personagem é o mesmo, Michael Crocker, mas tudo é diferente. O tal trabalho italiano, o roubo, é em Veneza. O ponto alto é a fuga pelos canais da cidade, basicamente usada como distração enquanto eles tiram o ouro de uma caixa forte, que cai no canal (o filme se esquece que aquilo é esgoto, a água é suja, etc e tal. Mas é bom não pensar em lógica nesta fita onde tudo é improvável e quase sempre absurdo).

De qualquer forma, Donald Sutherland faz o cérebro da quadrilha e Mark Wahlberg é seu pupilo (chega a irritar as vezes em que se repete que eles são como pai e filho). Depois do assalto, a quadrilha, que é uma família feliz, sem conflitos, está fugindo quando um deles se revela um traidor, matando Sutherland e dando os outros como mortos (outra bobagem é eles escaparem na água gelada, e terem oxigênio na van).

Enfim, tempos depois eles todos se reúnem novamente com a ajuda da filha de Sutherland para retomar o ouro do bandido, vivido por Edward Norton. E faço uma ressalva: nunca gostei dele, mesmo quando todo mundo dizia que ele era o máximo. O tempo está demonstrando suas limitações de tipo e sua desagradável mania de compor personagens, no que é sempre muito parecido e antipático. Enfim, nunca me convenceu.

E o filme se arrasta por mais de uma hora, na qual se planeja o golpe e em que pouco sucede. Há uma enorme preparação, mas que não leva a nada, porque na hora H há um imprevisto e o roubo da casa de Norton tem que ser transferido para outro, mais ágil e cinemático nas ruas de L.A. É quando o filme melhora novamente, com uma confusão de perseguições e reviravoltas, que podem até dar a impressão de que é um bom thriller (mas na verdade há muito pouco suspense ou tensão, até porque o conflito é mínimo). Uma observação final: o título nacional se refere naturalmente a "Um Golpe de Mestre", para o público sacar que se trata de uma fita de assalto.

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