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Ficha completa do filme

Drama

Uma Vida Iluminada (2005)

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema
Nota: 4

Vencedor do prêmio Laterna Mágica do Festival de Veneza e do de melhor roteiro da Mostra Internacional de Cinema de SP, "Uma Vida Iluminada" é um filme muito sensível, original, com aparência européia (russa, para ser exato) com uma narrativa americana que o torna acessível. Foi realizado por Liev Schreiber, ator muito ambicioso e competente que faz muitas peças da Broadway, foi o vilão de "Sob O Domínio do Mal" e que nessa sua estréia na direção revela notável talento numa adaptação de livro autobiográfico de Jonathan Safran Foer.

Elijah Wood (o Frodo de "O Senhor dos Anéis") é um ator problemático porque tem um tipo limitado, é pequeno, afeminado, com imensos olhos claros. Mas cabe perfeitamente aqui no personagem central, o jovem judeu Jonathan que recebe a missão familiar de procurar uma mulher que vive numa região distante da Ucrânia. Ele faz pouco, apenas reage, quase não tem diálogos. Mas é o contraponto ideal para a exuberância do elenco ucraniano.

E ele tenta cumprir a missão auxiliado por um tradutor atrapalhado e incompetente e um motorista mal humorado. Ou seja, novamente é a formula do "peixe fora d´água", um estrangeiro se dando mal em terra alheia, esbarrando em novos costumes, barreiras de linguagem e segredos que ninguém quer revelar.

Acontece que na região existia um mascarado preconceito contra os judeus que explodiu de vez durante a Segunda Guerra Mundial, num grande massacre que todos preferem esquecer (a não ser justamente a mulher que o rapaz procura, cuja identidade e coragem aos poucos vão se revelando).

A história até que poderia ser banal, não fosse a qualidade da direção e realização, que sempre faz um apontamento curioso, um alivio cômico na hora séria, conta a situação sempre com perspicácia e interesse. Sem esquecer que ver a Ucrânia atual também é um bônus curioso e divertido.

Ou seja, tem um lado turístico, outro poético, outro de denúncia de variante dos absurdos do holocausto, sempre humano, sempre divertido. Experimente.

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