Vaidade e Beleza (1935)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema

Nota: 2

A cópia muito ruim, aparentemente extraída de VHS, tira o principal atrativo deste drama da produtora independente Pioneer e distribuído originalmente pela RKO, que foi o primeiro longa-metragem inteiramente realizado no mais tarde onipresente Technicolor (o definitivo, que usava três negativos para os diferentes matizes) e que usava com extrema maestria a cor para efeitos dramáticos.

É uma versão da peça homônima de Langdon Mitchell, por sua vez uma adaptação (infelizmente superficial e pobre) do grande romance satírico "Feira das Vaidades", do inglês William M. Thackeray (1811-63), que também escreveu "Barry Lyndon".

Narra as aventuras de Becky Sharp, uma anti-heroína amoral e manipuladora que ascende socialmente na rígida (mas hipócrita) sociedade da Inglaterra vitoriana usando sexo, mentiras e a habilidade de colocar a seu favor as vaidades e as convenções sociais.

Um papel ideal (e que lhe valeu uma indicação ao Oscar) para Miriam Hopkins (1902-72), hoje infelizmente pouco lembrada, mas uma excelente atriz dos anos 30 e 40. Ela se destaca em um elenco muito irregular que a todo instante cai na caricatura, ainda por cima engessada em um filme estático que não nega suas origens teatrais e que lamentavelmente nunca faz jus à verve de Thackeray. E que ainda piora nessa edição muito fraca. Em 2004, teve uma refilmagem com Reese Witherspoon.