Vanilla Sky (2001)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema

Nota: 3

Não foi uma boa idéia Tom Cruise refazer o filme "Abre los Ojos" de Amenábar (disponível em vídeo no Brasil como "Preso na Escuridão")até porque não é seu melhor filme (ao mesmo tempo Cruise produziu "Os Outros", dirigido pelo mesmo Amenábar, para a então mulher Nicole Kidman, com muito melhor resultado). Além disso modificou-se pouca coisa.

É uma fita confusa, complicada, difícil e a maior parte do público fica irritado e mesmo o título que no Brasil não foi traduzido. É difícil explicar o título sem revelar a história. Se é que há história. O problema maior é que Cruise está pretensioso, senhor de si, no personagem de rapaz rico e mimado, que conquista todas as mulheres e se apaixona por uma delas (Penélope Cruz, que também estava no original, e que iniciaria um romance com Cruise, dando ao fim ao casamento de dez anos dele). Este é outro papel que ela faz onde entra numa sala e imediatamente o herói se apaixona, como se ela fosse a mulher mais linda do mundo em vez de uma nariguda, bicuda, com voz de gralha e sotaque intolerável (com tudo isso, ela está um pouco menos ruim que nos filmes anteriores, até porque aparece menos).

O filme original era ao menos inquietante, deixava a gente tenso, na expectativa. Dirigido por Cameron Crowe (que estava com ótima reputação por causa da fita anterior, "Quase Famosos"), é mal alinhavado, estendido, não se soluciona nem durante, nem no final. Se deu algum dinheiro é graças ao prestígio pessoal de Cruise.

Detalhe: Steven Spielberg faz uma aparição rápida numa festa falando um palavrão. Cameron Diaz está ótima numa participação não muito grande como uma namorada stalker (obsessiva) por Cruise que acaba provocando uma tragédia. Mas francamente é uma decepção. Teve indicação ao Oscar de Canção ("Vanilla Sky", de Paul McCartney).