Vendaval de Paixões (1942)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema

Nota: 3

Divertida aventura com muito humor e com o senso de espetáculo típico de DeMille. Ele soube disfarçar os muitos momentos implausíveis do roteiro com um ritmo rápido e muita ação. Os efeitos especiais, premiados com o Oscar, também ajudam bastante, em especial nas seqüências dos afundamentos dos navios (ainda que o polvo gigante do clímax final, provavelmente provoque risos no público de hoje. Embora famosa, é meio ridícula).

Paulette Goddard (1910-90) tinha uma beleza peculiar e muita energia, e funciona bem como a heroína, ao mesmo tempo turbulenta e romântica. John Wayne faz um meio-vilão, fora de seu tipo habitual e num papel mal-caracterizado e com atitudes inverossímeis. Além disso, DeMille não era famoso pela direção de atores e Wayne parece perdido, numa de suas atuações menos eficientes. Os créditos iniciais trazem Milland, Wayne e Goddard como protagonistas e Susan Hayward, em começo de carreira e num papel secundário, entre o elenco de apoio. Nas propagandas feitas para o relançamento em meados da década de 50, os créditos refletiam a fama dos atores e punham Wayne e Susan como os astros, Milland em terceiro e Paulette, que na verdade é a principal protagonista, em quarto. Foi o último filme da famosa colunista de cinema Hedda Hopper (1885-1966) como atriz; depois apareceria apenas como ela mesma.

Boa cópia que preserva a beleza da fotografia e direção de arte, ambos indicados ao Oscar. É uma das mais desfrutáveis aventuras em Technicolor, numa produção suntuosa com todos os clichês do gênero.