Comédia Romântica

Vicky Cristina Barcelona (2008)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema

Nota: 4

MAIS

Este é o melhor filme da nova fase de Woody Allen. Certamente o melhor desde "Match Point", além de ser seu maior sucesso em todo o mundo. Graças a ele, o diretor ganhou o prêmio Independent Spirit de roteiro original e Penélope Cruz levou a estatueta do Oscar como atriz coadjuvante, além de ganhar também o Bafta e ser indicada ao Globo de Ouro e ao SAG.

Pela primeira vez em anos ele demonstra sinais de renovação, filmando uma história nos arredores de Barcelona sem economizar nas locações e nos ambientes diferentes, além de contar com um elenco interessante.

Não foi à toa que acabou sendo sua melhor bilheteria em anos na Europa e nos Estados Unidos. Allen, desta vez, não participa como ator. Ele conta a história de duas garotas americanas, Vicky e Cristina, que vão passar férias na Espanha, onde ambas se envolvem com o excêntrico pintor Juan Antonio Gonzalo (papel de Javier Bardem, vencedor do Oscar por "Onde os Fracos não Têm Vez").

Vicky (a inglesa Rebecca Hall, que é filha do diretor inglês Peter Hall, e fez antes "O Grande Truque") é mais discreta porque está para se casar, mas Cristina (Scarlett Johansson, nova musa de Allen, que também atuou em "O Grande Truque" ao lado de Rebecca) mergulha de cabeça no romance.

O grande problema surge quando Maria Elena (Penélope Cruz, uma boa atriz, principalmente quando fala sua língua nativa), ex-mulher de Juan Antonio, reaparece. Os três passam a viver juntos e há até um beijo entre as personagens de Penélope e Scarlett. Não chega a ser comédia, nem exatamente drama. Mistura um pouco de tudo, inclusive como uma trama paralela, que mostra como a anfitriã das meninas, papel de Patrícia Clarkson, mantém um romance adúltero.

Mas o resultado é surpreendente. É elegante, humano, muito bem interpretado - com Penélope roubando a cena. Ou seja, Woody Allen volta a uma inesperada boa forma.