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Ficha completa do filme

Suspense

Violação de Conduta (2003)

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema
Nota: 3
Violação de Conduta

Tem muitos filmes assim. São divertidos de se assistir, particularmente em casa, numa boa tela. Mas não resistem a uma análise mais profunda. Até porque não tem nem pé, nem cabeça. É o caso deste filme que foi grande fracasso nos EUA (não passou do 27 milhões). Muita gente que o assiste fica sem entender muita coisa, porque tudo é muito rápido, mal explicado e há pelo menos meia dúzia de finais e reviravoltas (cada uma mais louca e absurda que a posterior). Ou seja, você tem a sensação de que se divertiu. Mas por favor, não pense a respeito porque nada liga com nada.

Escrito por James Vanderbilt (de "A Noite Cai"/ "Darkness Falls" e de "Bem-Vindo à Selva"/ "Rundown"), teve que ser todo reescrito a pedido de John Travolta, que não queria fazer bandido. Exigiu mudanças da metade para o fim, ou seja, em última analise é ele o culpado pelos diversos finais e resoluções. O escritor diz no Making Of que não é fita de ação, mas um thriller de suspense passado num ambiente militar, ou seja está mais para "Questão de Honra" ou "A Filha do General" (também com Travolta). Quem a realizou foi John McTiernan, que depois de um começo brilhante ("Duro de Matar" I e III) nunca mais deu uma dentro, ficando com fama de criador de casos. Desta vez, fez um trabalho bem profissional, editado de forma rápida e eficiente. Até me envolvi um pouco na confusão da história, onde Travolta faz um agente do governo que sabe Deus porque é chamado para uma base militar no Panamá (o capitão feito por Tim Daly seria supostamente seu amigo, mas eles mal confraternizam), para questionar um prisioneiro (o novato Brian van Holt de "SWAT" e "Códigos de Guerra") que aparentemente matou seus colegas durante uma missão de treinamento.

Para ficar mais dramático não apenas é carnaval (falam até em samba) como está passando um Furacão pelo lugar. De qualquer forma, a presença de Travolta deixa irritada a oficial encarregada da missão (feita por Connie Nielsen, que também está em "Caçado"). Obviamente passada a animosidade, ela se torna aliada, passando da suspeita para o romance, novamente para a dúvida e assim por diante. O caso que a princípio parece ser copiado do "Rashomon" de Kurosawa (cada um contando uma versão diferente e contraditória do mesmo fato, ou seja, um sargento durão feito por Samuel L. Jackson que foi morto de alguma maneira obscura). Mas depois se complica quando entra um diretor de hospital corrupto (feito pelo cantor Harry Connick Jr que está ficando cada vez mais feio e pior ator) e a insinuação de tráfico de drogas. Enfim, vocês já entenderam o processo do filme, que por sinal tem a habilidade de irritar muitos espectadores. Não foi meu caso. Até que me entreteu, mas não arrisco indicá-lo.

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