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Ficha completa do filme

Suspense

Vôo Noturno (2005)

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema
Nota: 3
Vôo Noturno

Se você tem medo de avião, esqueça. Este é o tipo do filme fácil de ver, um bom momento de suspense, que depois será uma excelente diversão em vôos aéreos. Claro que estou brincando, num avião é o último lugar onde você poderá assistir este novo thriller do mestre do terror Wes Craven (séries "Pânico" e "A Hora do Pesadelo").

Na verdade, a princípio parece um pouco uma fita da antiga série "Aeroporto", já que leva um tempinho para estabelecer os personagens e suas relações pessoais. Mas não é bem isso que interessa.

Logo tudo se revela, o filme absorve os problemas de se viajar de avião atualmente (vários personagens reclamam), mas a segurança por causa de terroristas, embora assumida, é passada por cima, talvez por ser um assunto ainda sério demais para um passatempo.

No fundo, é basicamente um suspense à moda antiga, com uma heroína competente e destemida. Acontece que já na fila ela fica conhecendo um sujeito galante (feito por Cillian Murphy, que com seus penetrantes olhos azuis, não pode ser boa bisca, ainda mais depois de ter sido o principal vilão de "Batman Begins").

Logo na partida, sentado ao lado dela, ele explica: se ela não ligar para Miami e conseguir que um político encarregado da luta contra o terrorismo mude para uma suíte mais adequada (e mais vulnerável a um ataque), o pai dela morrerá (quem o interpreta, como contraponto da trama, é o excelente inglês Brian Cox).

Pronto, é só isso, não tem bomba a bordo, apenas a confusão habitual com a passageira que pede ajuda para colocar a mala no bagageiro, a velha que puxa conversa, a menina que deseja ir ao banheiro, as aeromoças que estão ficando cada vez menos corteses.

Portanto, não é como parece um filme sobre atentados. Mas a história de uma moça corajosa em perigo que faz tudo para enganar e enfrentar um chantagista perigoso. Que funciona, porque é muito rápida (a fita nem tem hora e meia), o elenco é bom (Rachel, que é meio estranha, não especialmente bonita, confirma o talento que demonstrou em "Diário de uma Paixão") e a direção firme e competente. Até com alívio cômico.

E, como sempre, não chega a dizer que viajar de avião seja muito perigoso, ou seja, não ousa fazer propaganda contra uma indústria americana. Uma coisa rara em Hollywood: o autor da história e roteiro Carl Ellsworth, um estreante, foi o único a mexer no script (ele e Craven têm pontas como passageiros). Um filme pequeno, mas legal, perfeito para fãs do gênero.

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