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Ficha completa do filme

Documentário

Woodstock - 3 Dias de Paz, Amor e Música (1970)

Pedro Carvalho

Pedro Carvalho

Colaboração para o UOL 18/09/2009
Nota: 5

Depois de 40 anos e uma série de relançamentos capengas, o documentário definitivo sobre a geração hippie ganha uma edição digital à altura. A caixa, com quatro DVD's, tem como atração principal a versão original de 225 minutos concebida pelo diretor Michael Wadleigh, além de dois excelentes discos de extras.

Talvez o mais importante documentário musical de todos os tempos, o filme não apenas traduz o espírito da época em música - como no icônico solo de guitarra anti-Vietnã de Jimi Hendrix - mas traz imagens icônicas da geração em questão usufruindo da sua recém conquistada liberdade.

Muitas vezes inspiradoras, as imagens do público também mostram a tragicomédia que já começava a transformar o movimento hippie num estereótipo. O melhor exemplo é o aviso da organização do festival para que o público evite o "ácido marrom", que "não está lá muito bom".

Além de mais combinações de drogas, hippies, lama e a chocada população local, os 40 minutos adicionais da edição do diretor trazem músicas extra de Jimi Hendrix, Jefferson Airplane e Crosby, Stills and Nash. Além disso, devolveram ao filme Canned Heat e Janis Joplin, inexplicavelmente limada na edição comercial.

A minutagem extra não é o único atrativo deste relançamento. Imagem e som foram restaurados, proporcionando uma nova experiência a quem estava acostumado à precária versão em VHS que circulou nas locadoras.

Mas o maior atrativo, ao menos para quem já está familiarizado com o filme, são os dois discos extras. O primeiro traz um documentário que serve como making-of, não apenas do filme, mas também do festival em si, incluindo entrevistas atuais com membros da equipe de produção, organizadores e voluntários.

O resgate mais curioso, é um programa de TV de 1970 apresentado pelo magnata da revista "Playboy", Hugh Hefner, que entrevista o diretor, num interessante diálogo entre dois ícones da revolução sexual.

O segundo disco de extras, no entanto, já valeria sozinho o preço do pacote. Apesar de o título "Histórias Não Contadas", o que vemos aqui não são relatos sobre o evento e sim as tão esperadas apresentações musicais não aproveitadas no filme, mesmo na versão do diretor.

É difícil entender o que se passava pela cabeça do diretor ao preterir apresentações grandiosas como as do Mountain e do Creedence Clearwater Revival em nome de bobagens como Sha-Na-Na. Será culpa do tal ácido marrom?

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