Presença dos Volturi e mais ação tornam "Lua Nova" superior a "Crepúsculo"

Mesmo sabendo exatamente tudo o que deveria acontecer na trama de "Lua Nova", os fãs que lotaram a primeira exibição da continuação de "Crepúsculo" no Brasil nesta última quarta-feira (18), em sessão fechada em SP, deixaram claro com gritinhos e outras manifestações sonoras o quanto torcem pelo amor do casal protagonista: a humana Bella Swan (Kristen Stewart) e o "vampiro-arrasa-corações" Edward Cullen (Robert Pattinson).

Com um orçamento bem maior do que o do primeiro filme (90 milhões em comparação com os 37 de "Crepúsculo"), além da mudança na direção - agora assinada por Chris Weitz-, a história baseada nos livros de Stephenie Meyer ganha uma versão bem mais interessante do que sua antecessora. Mesmo perdendo um pouco de ritmo em algumas sequências (o que era de se esperar tendo em vista que Bella passa boa parte da trama depressiva), o longa traz mais ação e ja não se preocupa em explicar ao espectador quem é quem ou motivações de cada um dos personagens.

Novamente alguns bons trechos do livro foram modificados ou simplesmente retirados da trama. Efeitos especiais Em "Crepúsculo" os efeitos especiais pareciam coisa de telefilme de baixo orçamento, mas muita coisa melhorou em "Lua Nova". O brilho da pele de Edward é mais sutil e as sequências em que os vampiros lutam têm coreografia bacana. Os lobisomens, por sua vez, são retratados como lobos imensos, muito maiores do que uma pessoa, e não destoam do restante do cenário. Se a melhor cena do primeiro longa era o jogo de beisebol dos vampiros, nesta produção toda a cena na Itália ganha ares de perfeição (que só não é total porque a atuação de Stewart ainda é meio insossa). O vermelho forte, o sol e a locação constroem o cenário ideal para a apresentação (infelizmente curta) dos Volturi, a mais influente família de vampiros do mundo, para dizer o mínimo. Com a pequena participação - mas inesquecível - , de Dakota Fanning como Jane e de Michael Sheen, como Aro, o momento é certamente a melhor passagem da história.

Festa frustrada "Lua Nova" começa com um dos sonhos perturbadores de Bella, que vê sua avó e tenta lhe apresentar Edward. Quando se dá conta, está olhando um espelho em que o reflexo mostra ela própria, envelhecida, e seu amor com a mesma aparência irresistível de 17 anos. A imagem é mais significativa ainda porque a personagem está fazendo aniversário e, como o vampiro recusa-se a transformá-la em um ser como ele, o passar dos anos torna-se inevitável. Alice, a irmã de Edward e grande amiga de Bella, prepara uma festa para a garota na casa dos Cullen. Apesar de as intenções serem as melhores, um pequeno acidente com o papel de embrulho de um presente desencadeia uma situação determinante para o restante da trama (ou você acha simples começar a sangrar com sete vampiros a seu redor?). A família Cullen decide abandonar Forks e não manter mais contato algum com Bella, o que vai jogar a protagonista em depressão por meses.

Com o tempo, porém, Bella descobre que não foi completamente abandonada, e que quando está perto de arriscar sua segurança, a imagem de Edward reaparece apenas para alertá-la. A garota decide então se meter em todo tipo de situação pouco inteligente para reencontrar seu amor. Lobisomens sem camisa A falta que sente do namorado faz Bella se aproximar ainda mais de Jacob (Taylor Lautner), que de coadjuvante no primeiro filme, ganha status de astro neste segundo. Ao mesmo tempo em que percebe o bom momento para tentar conquistar a amiga de infância, o descendente de índios se sente desconfortável com a atitude de alguns colegas da reserva, liderados por Sam Uley (Chaske Spencer), um grupo de garotos que mesmo com o frio de Washington estão sempre apenas de bermuda. Não demora para que Jacob sinta em si próprio um chamado ancestral (citado no primeiro filme), que vai transformá-lo em um lobisomem.

Como todos aprendemos em "Anjos da Noite" e "Van Helsing", entre outros filmes, lobisomens e vampiros não são exatamente amigos, mas em Forks vivem em paz por conta de acordos decididos muitos e muitos anos atrás. Uma das regras, não matar nenhum humano, é quebrada por uma personagem conhecida, o que coloca os lobos em condição de defensores do local. Prepare os ouvidos Fãs da série e da história de amor dos protagonistas, podem se preparar. É na (literalmente) última fala do filme que vão perceber que o valor do ingresso valeu cada centavo. Mas se caiu de para-quedas na trama, aguente firme: o cinema pode ir abaixo em gritinhos estridentes com a cena final.

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