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29/06/2010 - 07h02

"Eclipse" evidencia círculo virtuoso da virgindade, símbolo da era Bush

ALESSANDRO GIANNINI
Editor de UOL Cinema
  • Jacob (Taylor Lautner), Bella (Kristen Stewart) e Edward (Robert Pattinson) em cena de Eclipse

    Jacob (Taylor Lautner), Bella (Kristen Stewart) e Edward (Robert Pattinson) em cena de "Eclipse"

Se há uma relação entre a "Saga Crepúsculo" e a era Bush, ela fica evidente em "Eclipse", que estreia oficialmente nesta quarta (30). Dirigido por David Slade ("30 Dias de Noite"), identificado com o gênero do terror, o filme tem menos elementos sombrios do que poderia se esperar. O triângulo romântico entre Bella (Kristen Stewart), Edward Cullen (Robert Pattinson) e Jacob (Taylor Lautner) se destaca. E o detalhe está justamente na dúvida da jovem adolescente, dividida entre o calor do jovem que se transforma em lobo e o virtuosismo do romântico e frio vampiro.

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Bella é uma jovem adolescente determinada a abandonar a humanidade em favor de uma paixão. Mas enquanto permanece humana não deixa de sentir a força da natureza. Quer porque quer, às vésperas de sua transformação em sugadora de sangue, sentir o amor do vampiro Edward, que se mantém fiel aos seus princípios e à ideia de que esse sentimento continue puro até se casarem. Não há como negar aqui a influência da campanha pró-virgindade, um dos pilares da doutrina Bush, simbolizado também pelo voto de abstinência e pelo "anel da pureza".

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Essa é a questão que mais se destaca em "Eclipse", terceiro segmento da saga inspirada na série de livros da autora americana Stephenie Meyer. Mais do que qualquer elemento da trama, que neste episódio tem como pano de fundo uma caçada à jovem Bella. Uma série de misteriosos desaparecimentos em Seattle desperta a atenção do clã Cullen. Por trás disso está a formação de um exército de vampiros, cujo objetivo é localizar a namorada de Edward e matá-la. Quem estaria fazendo isso? É a pergunta que o filme vai responder. Ao menos parcialmente, para o bem da continuidade do culto.

Do ponto de vista cinematográfico, "Eclipse" não tem nada de mais. É um produto de massa, direcionado ao público jovem e, nesse sentido, entrega o que promete aos fãs. O diretor David Slade, terceiro cineasta escalado para dirigir os filmes da série, faz o que todo produtor sonha: não inventa moda. Embora sua especialidade sejam os filmes de terror, não carrega nas tintas tanto quanto seus predecessores. Mantém a clave romântica e a tensão entre os protagonistas, centro de toda a história, em alta. Seu toque de mestre, o que o diferencia, é o humor, contrabandeado nas entrelinhas. Ao menos, é possível rir em alguns momentos assistindo a saga.

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