"Gostei muito de interpretar esse desejo que não pode ser realizado", diz ator de "Crepúsculo"
Jackson Rathbone não punha fé. No auge das filmagens de "Crepúsculo" (2008), o ator ainda não estava convencido de que o público ia aceitar aqueles vampiros sem presas -- e brilhantes, cheios de frufru, ainda por cima. Como se viu, errou feio: fãs de todas as partes do planeta adoraram a saga. Os quatro primeiros filmes juntos faturaram US$ 2,5 bilhões ao redor do mundo e o quinto e último, a segunda parte de "Saga Crepúsculo: Amanhecer", está em cartaz no Brasil desde quinta (15).
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"O pessoal não gosta de filme de vampiro porque eles têm dentes afiados e matam gente?", pergunta Rathbone, que interpreta Jasper Hale, membro da família Cullen. "É por isso que eu gosto. Antes do primeiro filme, a Catherine Hardwicke sentou comigo e me contou tudo sobre Jasper, que ele era do Texas, da época da Guerra de Secessão. Analisamos o terceiro livro, 'Eclipse', juntos e fiquei bem curioso."
Jasper não pode sair por aí mordendo as pessoas, é claro, mas a tentação é grande. Pelo celular, de São Francisco, Rathbone fala sobre a arte de lutar contra o irresistível. "Acho que os filmes seriam completamente diferentes se pelo menos tivessem dado um bigodinho para o Jasper torcer", ele brinca. "Seria muito legal eu lá, nos bastidores, passando gel nele. Gostei muito de interpretar esse desejo que não pode ser realizado. A maçã está ali na frente, mas não pode mordê-la."
"Foi divertido", confessa Rathbone. "Foi ótimo trabalhar esse sentimento, essa tortura do personagem. No primeiro filme, Ashley Greene estava sempre tentando me consolar porque achava que eu estava passando por uma crise pessoal. Depois de dois dias de filmagem, virei para ela e disse que estava só interpretando. Gostei de abrir um espaço na minha cabeça e na minha vida para lidar com esse personagem."
A segunda metade de "Amanhecer" retoma o fim da primeira. Bella (Kristen Stewart) agora é vampira e Renesmee (Mackenzie Foy), sua filha com Edward (Robert Pattinson), é erroneamente considerada uma criança imortal por Irina (Maggie Grace), que avisa os poderosos Volturi. No desenrolar da trama, Bella, Edward e os Cullen reúnem um grupo mais que improvável de aliados na tentativa de proteger a família.
Previsivelmente, Rathbone fica mudo quando pergunto qual será a contribuição de Jasper na ação do epílogo. Pressionado para falar alguma coisa -- qualquer coisa -- ele acaba entregando. "Só posso dizer que Alice (Greene) e Jasper saem juntos numa missão muito importante", conta. "Foi interessante porque havia muitas referências e especulações sobre os dois agirem quase como agentes secretos. Foi bem legal fazer parte desse lance e depois me ver na tela."
A realidade de que a viagem mágica de "Crepúsculo" tinha chegado ao fim só o atingiu no último dia de filmagem. Foram 16 horas de trabalho, no meio do nada, com todo mundo exausto com quase seis meses de filmagem. "A gente estava na porta da casa dos Cullen, tinha acabado de enfrentar um bando de lobos", ele relembra. "Quando encerramos a cena, um olhou para o outro, os cinco membros da família Cullen reunidos. Foi uma loucura, não dava para acreditar. Tinha chegado ao fim."
Agora o ator segue com a vida e a carreira. Recentemente participou de dois filmes independentes, "Cowgirls and Angels" e "Live at the Foxes Den", e anda produzindo filmes e programas para a Internet. Como também é músico, vem gravando e viajando com sua banda, embora tenha concluído um EP solo que será lançado em dezembro.
"Eu quis me aventurar em vários aspectos do entretenimento porque queria controlar, ainda que em pequena escala, o lado criativo e financeiro da coisa", ele confessa. "Era o que sempre me deixava louco, quando estava começando, lá pelos 18 ou 19 anos, tinha acabado de me mudar para Los Angeles e queria mexer com arte, mas claro que não entendia nada do lado comercial e tomei muito na cabeça. Se quiser sobreviver nesse ramo, é preciso ter pelo menos uma noção do lado prático."
"Descobri isso na marra e percebi que, se desenvolvesse os projetos que me interessavam a partir do zero, fosse tocando ou interpretando, poderia me satisfazer, me divertir e ainda ganhar dinheiro", Rathbone conclui. "É o que venho fazendo desde então."
* (Ian Spelling é jornalista freelancer em Nova York)
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