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Morte de Robin Williams é oficialmente declarada suicídio

Do UOL, em São Paulo

07/11/2014 19h29

A morte do ator Robin Williams, ocorrida em 11 de agosto deste ano, foi oficialmente declarada suicídio nesta sexta-feira (7), informou o site da revista "Variety".

O médico-legista do condado californiano de Marin definiu a causa da morte do ator como "asfixia por enforcamento". Ainda segundo os exames feitos no corpo do artista, não havia sinais de álcool ou drogas ilegais.

A autópsia determinou somente a presença de drogas prescritas para ansiedade e depressão "em níveis normais", assim como remédios para o mal de Parkinson, doença que a família de Williams admitiu pouco depois da morte do ator e que estava nos estágios iniciais.

Vencedor do Oscar de ator coadjuvante por "Gênio Indomável" (1997), Robin Williams se internou anteriormente em uma clínica de reabilitação. Ele estava em um setor da Hazelden Addiction Treatment Center, em Minnesota, que possui um programa focado em manter a sobriedade por longo prazo --Williams lutava contra o vício em cocaína e álcool havia décadas. Em 2006, ele já havia ingressado voluntariamente em uma clínica para tratar o alcoolismo, depois de uma recaída após 20 anos de sobriedade.

Apesar da capacidade de provocar gargalhadas em suas divertidas interpretações e de ter mais de 60 filmes no currículo, Williams reconhecia que continuava marcado por um trágico episódio ocorrido em março de 1982. Foi quando o ator John Belushi, de quem era amigo, foi encontrado morto por overdose de drogas em um apartamento em Los Angeles.

Williams desfrutou de sucesso enorme em Hollywood, mas teve uma turbulenta vida pessoal. Além de lutar contra os vícios, passou por dois divórcios. Em seus últimos anos, esteve casado com Susan Schneider. Os dois se conheceram em 2009, quando ela o ajudou se recuperar de uma então recente cirurgia no coração. Eles se casaram  em outubro de 2011, em Napa Valley. Anteriormente, ele foi casado com Valerie Velardi, com quem teve um filho, Zachary, e Marsha Garces, de quem se divorciou em 2008 depois de terem dois filhos, Zelda e Cody.

O ator foi indicado quatro vezes ao Oscar, ganhou dois prêmios Emmy, seis Globos de Ouro, dois prêmios do Screen Actors Guild e cinco Grammys. Apesar da experiência como comediante nos palcos, rejeitou várias vezes apresentar o Oscar sozinho (apresentou apenas uma vez com Alan Alda e Jane Fonda, em 1983).

Quando morreu, Williams estava filmando a terceira sequência de "Uma Noite no Museu", em que dá vida ao presidente norte-americano Theodore Roosevelt, com estreia prevista para dezembro. O ator também voltaria a interpretar Daniel Hillard na continuação de "Uma Babá Quase Perfeita", anunciado para 2015. Ele ainda deixou pronto "Merry Friggin' Christmas", ainda sem título em português e sem estreia prevista, e a comédia "Absolutely Anything", em que ele dá voz ao cão Dennis the Dog.

Morte

A polícia de Tiburon recebeu às 11h55 (horário local) do dia 11 de agosto uma chamada de emergência sobre o caso de "um homem encontrado inconsciente e sem sinais de respiração em sua casa", segundo comunicado divulgado pela imprensa dos Estados Unidos. Ao chegar ao local, às 12h02, os oficiais identificaram o corpo do ator. 

Informações preliminares da investigação indicam que o ator foi visto vivo pela última vez por volta das 22h do dia anterior, na residência onde vivia com a mulher.

Biografia

Nascido em 21 de julho de 1951 em Chicago, Robin McLaurin Williams se mudou ainda criança com a família para São Francisco. Ele estudou ciências políticas na Faculdade Claremont e teatro na Faculdade de Marin, antes de ganhar uma bolsa de estudos na prestigiada Escola Julliard, em Nova York.

Enquanto não conseguia emprego como ator dramático, Williams desenvolveu seu lado de comediante em pequenas improvisações de stand up. Mudou-se para Los Angeles e fez números de comédia em clubes como Improv e Comedy Store. Nessa época, também conseguiu emplacar as primeiras aparições em programas de TV.

Seu primeiro grande sucesso veio após uma participação especial na série "Happy Days" como um alienígena, em 1978. Ovacionado pelo público, o papel desembocou em uma nova série, "Mork & Mindy", estrelada por Williams na pele de um alienígena do planeta Ork.  

Seu primeiro papel de sucesso no cinema foi em "Popeye" (1980), de Robert Altman, que não foi bem recebido pela crítica. No longa, sua Olívia Palito era interpretada pela atriz Shelley Duvall, que na época também estrelava o clássico de Stanley Kubrick "O Iluminado". O sucesso de crítica veio com "Bom Dia, Vietnã", de 1987, em que interpretava um DJ de rádio que fazia um programa para as tropas norte-americanas durante a guerra no país asiático.

Entre outras produções, destacam-se as participações em "Desconstruindo Harry" (1997), "Patch Adams: O Amor É Contagioso" (1998), "Sociedade dos Poetas Mortos" (1989),  "A Gaiola das Loucas" (1996), "Homem Bi-centenário" (1999), "Noite no Museu" (2006) e a dublagem nas duas versões da animação "Happy Feet" (2006 e 2011). Um de seus últimos filmes a estrear nos cinemas brasileiros foi "O Mordomo da Casa Branca",  indicado ao Oscar no início do ano.