"A Marvel adorou e quis que déssemos nossa cara", diz diretor de "Big Hero"
No estúdio de animação da Disney sob John Lasseter, fundador da Pixar, são os diretores que trazem as ideias. Don Hall ("O Ursinho Pooh") resolveu aproveitar que a Marvel faz parte da mesma companhia desde 2009 para vasculhar seus arquivos em busca de inspiração. Topou com “Big Hero 6”, lançado em 1998 e pouco conhecido. Assim nasceu “Operação Big Hero”, que estreia nesta quinta-feira (25), dirigido por Hall em parceria com Chris Williams. “A Marvel adorou nosso interesse e quis que a gente desse a nossa cara para a história”, garantiu Don Hall na sede do estúdio em Burbank.
Então, que ninguém se engane: “Operação Big Hero” é uma animação da Disney.
Hiro é um gênio de 14 anos que está usando sua inteligência em inúteis e divertidas guerras de robôs. Seu irmão Tadashi, que cuida de Hiro desde a morte dos pais, consegue convencê-lo a visitar o campus da universidade onde estuda. Hiro fica encantado com as invenções de Tadashi e seu grupo de amigos Go Go Tomago, Wasabi e Honey Lemon. Decide bolar um projeto para convencer o professor Robert Callaghan a deixá-lo entrar na faculdade precocemente. E assim inventa os microbôs, robôs do tamanho de tampas de caneta capazes de construir prédios. Depois de um acidente fatal, Hiro precisa lidar com a perda com a ajuda de Baymax, um robô para uso em hospitais criado por Tadashi. Juntos, Hiro, Baymax, mais Go Go, Wasabi, Honey Lemon e Fred, uma espécie de groupie da turma, vão tentar combater um vilão e descobrir o que aconteceu com Tadashi.
“Basicamente, mantivemos os nomes dos personagens”, explicou Hall. Nos quadrinhos, Baymax é um monstro criado por Hiro. No filme, ele ganhou a aparência de um boneco inflável perfeito para abraçar. “Adoro personagens recém-nascidos, que estão vendo o mundo pela primeira vez. Ele é totalmente bom”, disse Williams.
Trailer dublado de "Operação Big Hero"
Na hora de escolher um cenário, sentiram-se livres para decidir por qualquer um, inclusive um fictício – nos quadrinhos da Marvel, as histórias se passam no mundo real. Nova York, muito identificada com a editora de quadrinhos, foi descartada. Bolaram San Fransokyo, uma mistura de São Francisco e Tóquio. “É uma mescla de Ocidente e Oriente, assim como é uma mistura de Marvel e Disney”, explicou Hall. A equipe viajou para as duas cidades. Em Tóquio, preocuparam-se com o tamanho das calçadas, com detalhes como as tampas de bueiros. Em São Francisco, prestaram atenção na luz e na atmosfera.
No mundo de San Fransokyo, nunca houve super-heróis. Hiro, Baymax, Go Go, Wasabi, Honey Lemon e Fred são os primeiros. “Está tudo separado da Marvel, não existe expectativa de que Thor ou Capitão América apareçam. São coisas distintas”, afirmou Williams. Nada de cross-overs, então. “Para nós, é melhor poder criar nossa cosmologia, nosso próprio Big Bang”, explicou Hall.
As habilidades desses heróis não envolvem super-poderes. “Todos são garotos inteligentes. Seus uniformes não os transformam, eles continuam sendo nerds da ciência”, disse o produtor Roy Conli. Wasabi, por exemplo, usa a tecnologia de plasma para construir espadas super afiadas. Honey Lemon combina elementos químicos em bolinhas coloridas de efeitos diversos.
Don Hall nega qualquer tipo de rivalidade com a Marvel – ou com a Pixar, que também é da Disney. “Ficamos felizes de estarmos todos sob o mesmo teto, de podermos torcer uns pelos outros. Temos até Star Wars! A história da Disney mudou muito. É bem legal estar aqui.”
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