"Não tem lingerie. Tem calcinhas de algodão", diz figurinista de "50 Tons"
Esqueça as lingeries exóticas. A primeira parte da trilogia “Cinquenta Tons de Cinza”, baseada no romance "soft porn" mais vendido dos últimos tempos, chega aos cinemas nesta quinta-feira (12) com muita expectativa dos fãs e pouca roupa por baixo.
“Ou eles estavam vestidos ou pelados, não tem muita lingerie. Tem calcinhas de algodão”, disse ao UOL o figurinista do filme, o americano Mark Bridges, vencedor do Oscar por “O Artista” (2011).
Bridges, indicado à estatueta deste ano por “Vício Inerente” (estreia no Brasil em 26/3), comentou que o desafio do novo trabalho foi manter “real e acessível” a história sobre o relacionamento sadomasoquista de uma universitária e um jovem milionário.
“É o que eu chamo de hollywoodização da coisa. É um filme contemporâneo, de um livro adorado por muita gente. Então precisamos recriar a realidade, mas tem que ser a melhor realidade possível”, continuou Bridges, dando como exemplo a roupa íntima da protagonista Anastasia (Dakota Johnson).
“Ela é uma universitária de 21 anos, usa calcinhas de algodão, mas no filme tivemos que arranjar as melhores calcinhas de algodão que existem no mercado.”
Vestido
Ela mandava coisas assim: 'Aqui estão alguns looks que meus leitores esperam ver'. Por mim, tudo bem.
A personagem usa a marca suíça Hanro e também Stella McCartney, estilista amiga da diretora britânica Sam Taylor-Johnson (conhecida pela cinebiografia de John Lennon “O Garoto de Liverpool”, 2009).
A autora da trilogia, a britânica E. L. James, que vendeu mais de 100 milhões de livros em 52 línguas, participou ativamente das filmagens e costumava mandar dicas para o figurinista, como um vestido vinho apertado que Anastasia usa na hora da negociação do contrato sadomasoquista com o magnata Christian Grey (Jamie Dornan).
“Ela mandava coisas assim: ‘Aqui estão alguns looks que meus leitores esperam ver’. Por mim, tudo bem. Eram apenas esboços de ideias e eu tive bastante margem de manobra. Toda ajuda é bem-vinda.”
Cinquenta Tons de Cinza - Críticas
“Vício Inerente”
Ao contrário de “Cinquenta Tons de Cinza”, que Bridges precisou ler apenas o roteiro, em “Vício Inerente” ele teve que estudar o romance no qual o filme é baseado, do celebrado escritor americano Thomas Pynchon. Extremamente recluso, Pynchon não participou do longa de Paul Thomas Anderson, indicado também ao Oscar de roteiro adaptado.
“Ele (autor) dá apenas pedacinhos de informações sobre os personagens, não descreve nada. E, às vezes, quando descreve, eu não queria fazer nada daquilo”, disse, rindo. “Foi bem orgânico, sempre dava duas opções (de roupas) para cada ator e o diretor escolhia no dia.”
“Vício Inerente”, estrelado por Joaquin Phoenix como um detetive dos anos 1970, é o sétimo filme de Bridges com Thomas Anderson.
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