Jane Fonda: caso Weinstein repercute porque vítimas são "brancas e famosas"
A veterana Jane Fonda comentou sobre a grande repercussão em torno das denúncias contra o poderoso produtor Harvey Weinstein e disse que, muito provavelmente, o caso só atingiu essas proporções porque as mulheres assediadas pelo produtor são, na maior parte, "brancas e famosas".
"Parece que algo mudou. Mas é uma pena que provavelmente seja porque tantas das mulheres atacadas por Harvey Weinstein são brancas, famosas, e todo mundo as conhece. Isso tem acontecido há muito tempo com mulheres negras e outras mulheres de cor e não repercute da mesma forma", pontuou a atriz, de 79 anos, em entrevista ao programa "All In With Chris Hayes".
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Essa não é a primeira vez em que Fonda fala sobre as acusações de assédio contra Weinstein. No início de outubro, quando elas vieram à tona, a artista contou que se arrependeu de não ter exposto o executivo quando soube de um caso, há cerca de um ano. "Queria ter dito antes, mas não aconteceu comigo, eu não queria expô-lo. Eu admito que deveria ter sido mais corajosa".
Na ocasião, Fonda ainda chamou de "corajosas" as mulheres que denunciaram o magnata: "Graças a Deus, agora isso está sendo falado. Isso não é um caso extremamente raro em Hollywood. E tão comum quanto em cada país do mundo, em todos os setores, como nos negócios, no governo. É o padrão de comportamento de muitos e muitos homens, é algo epidêmico. Por isso é muito importante que essas mulheres tenham sido corajosas o bastante para se exporem agora."
Escândalo em Hollywood
No início de outubro, uma reportagem publicada pelo "The New York Times" revelou que Harvey Weinstein assediou mulheres durante décadas. Dias depois, a revista "New Yorker" publicou sua própria reportagem sobre o tema -- dessa vez, com acusações de estupro.
Com o passar dos dias, o número de denúncias explodiu. Nomes de peso da indústria, como Angelina Jolie, Gwyneth Paltrow, Mira Sorvino e Rosanna Arquette também acusaram o produtor. Weinstein, que ao lado do irmão Bob construiu uma fábrica de sucessos de bilheteria, com 80 premiações do Oscar e mais de 300 indicações, deixou o seu cargo na empresa que fundou e foi expulso do Sindicato dos Produtores e da Academia.
A repercussão do caso fez com que várias outras famosas relatassem suas experiências: Reese Whiterspoon, por exemplo, contou que foi abusada por um diretor quando tinha apenas 16 anos, e Jennifer Lawrence revelou que foi colocada nua em uma fila com outras atrizes e chamada de "comível" por um produtor.
No último domingo, 38 mulheres denunciaram o cineasta James Toback, indicado ao Oscar pelo filme "Bugsy", em uma reportagem do jornal "Los Angeles Times".
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