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30/01/2009 - 13h34

Na Índia, polêmica e pirataria atrapalham bilheteria de "Quem Quer Ser um Milionário?"

MUMBAI - Mesmo com toda a atenção que tem recebido em Hollywood, "Quem Quer Ser um Milionário?" não conseguiu se destacar nas bilheterias da Índia, país onde se passa a trama. A pirataria e a raiva contra o retrato que o filme faz da pobreza no país, além do polêmico título original da obra, são os responsáveis pelo desempenho fraco.


Indicado ao Oscar de melhor filme, "Quem Quer Ser um Milionário?" conta a história de um menino de rua que ganha uma fortuna num programa de TV. Embora o apelo à esperança em meio à pobreza tenha atraído os espectadores dos grandes cinemas, o filme irritou os moradores das cidades menores.

Debate-se sobre a maneira como o filme retrata o país, onde milhões de pessoas ainda vivem na mesma situação miserável do protagonista. "O filme demorou para decolar, mas, na segunda-feira, os cinemas multiplex tinham de 65 a 75 por cento dos lugares ocupados", disse o analista Komal Nahta. "Mas, a partir de terça, o comparecimento enfraqueceu novamente".

Grande parte das filmagens de "Quem Quer Ser um Milionário?" foram feitas em favelas de Mumbai e a crítica se dividiu em relação ao filme. Alguns críticos acham que a trama reforça os estereótipos ocidentais em relação à Índia.

Além disso, a palavra "cão", que aparece no título original do filme ("Slumdog Millionaire") ofendeu parte do público. Os cinemas do Estado de Bihar tiveram sua segurança reforçada devido aos protestos de moradores de favelas.

O analista do setor Amod Mehra disse que o filme também foi prejudicado pela falta de um astro ou estrela famoso em Bollywood. O ator Anil Kapoor, que faz o apresentador do programa de TV, está em um papel negativo. "O filme... não é muito adequado ao sentimento indiano", disse Mehra.

A Fox Star Studios, que lançou "Quem Quer Ser um Milionário?" na Índia, disse ter obtido 135 milhões de rúpias (2,8 milhões de dólares) neste fim de semana. Segundo a empresa, a pirataria tem prejudicado as vendas de ingressos. "Tenho de admitir que o filme foi afetado pela pirataria. Muitas pessoas já o assistiram", disse Vijay Singh, presidente da Fox Star Studios.

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