Aliviado por poder fumar um cigarro, o chinês de Hong Kong Yu Lik-wai falou sobre "Plastic City", rodado em São Paulo e co-produzido pela Gullane Filmes, na varanda do hotel Excelsior, em Veneza:
Esta história começou em uma visita a São Paulo. O que te motivou a filmar na cidade?Faz uns quatro anos que visitei a cidade para finalizar um filme. Eu vi a cidade pela primeira vez e parece que fui enfeitiçado. É uma cidade muito parecida com minha cidade natal, Hong Kong, em termos de paisagem urbana e estruturas sociais e ao mesmo tempo havia uma distância tão grande. Fiz um filme em que a cidade é um personagem. Me impressionou a experiência chinesa no Brasil. Fora isso, decidi fazer o filme porque China e Brasil, além da Índia, estão tendo papéis mais importantes no mundo. Ao mesmo tempo, há muita incompreensão e preconceito.
Como foi o desenvolvimento do filme?Foi difícil. Não pude pesquisar tanto quanto eu gostaria, mas tive a sorte de contar com o Fernando Bonassi como co-roteirista, porque ele tem sensibilidade e entende a sociedade brasileira. Porque eu, como estrangeiro, não posso definir toda a realidade brasileira.
Estar em Veneza faz você sentir o quê?Corri tanto para terminar o filme, 24 horas por dia. O que está feito está feito. Claro que estou curioso pela resposta, tanto da imprensa internacional quanto do público.
Como foi fazer uma co-produção internacional?Eu me sinto confortável em fazer filmes em países estrangeiros. Posso fazer um em inglês, por exemplo. Uma co-produção é algo sofisticado, porque é preciso respeitar as diferenças de logística, inclusive. Em termos de criatividade, aprendi muito.