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Neil Patrick Harris não foi um Faustão à altura no Oscar

Chico Barney

Especial para o UOL*

23/02/2015 12h32

É sempre assim: quando o Faustão resolve premiar seus amigos no “Melhores do Ano” do Domingão, a internet e a imprensa vem abaixo reclamando que é uma festa de firma - um prêmio da Globo para a Globo.

Mas o que dizer do Oscar, que é uma premiação concebida e recebida pelas mentes criativas e pelos bolsos poderosos de Hollywood?

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A grande diferença que consigo captar é que Neil Patrick Harris, infelizmente, não foi um Faustão à altura neste ano. Se Ellen DeGeneres colocou a “selfie” no mapa em 2014 e Seth Macfarlane foi capaz de manchar um nome que não existia, o jovem Neil foi o arroz em um prato cujo elemento principal era o chuchu.

Não fomos agraciados com nada muito especial no Oscar desse ano.

E talvez a culpa seja das nossas expectativas –afinal, é só uma competição entre filmes. Uma espécie de Olimpíadas inventada pela galera que não conseguia performances muito memoráveis nas disputas que realmente importavam na escola.

Como o tempo ruge e o Teatro Dolby é longo, tivemos o tradicional desfile das mais diferentes agremiações. Alguns destaques da noite:

  • Michael Keaton não ganhou o prêmio de melhor ator, mas com o sucesso de “Birdman” ele certamente se safou de participar da próxima edição da "Fazenda".
  • Falando nisso, espero que todos tenham entendido que o filme é uma livre adaptação da vida de Andressa Urach.
  • Neil Patrick Harris foi o anti-Sniper Americano: atirou para tudo quanto foi lado e não acertou nada. Foi o maior desastre que Hollywood filmou depois de Titanic.
  • Lady Gaga percebeu a crise no mercado musical e agora tenta se reposicionar como uma cantora de raro talento. Por mim, tudo bem.
  • Michael Keaton tem 63 anos –12 a mais que a Mariza do "BBB 15". Dava pra filmar um “Boyhood” nesse ínterim.
  • O rapaz de “Boyhood”, aliás, tá parecendo um Macauly Culkin que continuou na escola.
  • Juliane Moore precisou de 17 anos para ganhar um Oscar –dava pra filmar um “Boyhood” e esperar sair um novo livro de “Game of Thrones” nesse ínterim.
  • A peruca de John Travolta poderia ter concorrido como melhor ator coadjuvante.
  • Maria Beltrão na Globo foi muito melhor do que o evento como um todo. E ela continua escondida na TV a cabo.
  • Rubens Ewald Filho falou que "O Grande Hotel Budapeste" é “uma joiazinha”.

Não entendo direito os motivos que nos levam a gostar tanto de prestigiar o Oscar. As regras são mais obscuras que a NFL e poderíamos ver dois ou três filmes indicados durante o período em que a premiação é exibida.

De qualquer forma, temos mais 365 dias até o próximo Oscar para continuar fazendo o que mais gostamos: dar pitaco no trabalho dos outros.

Fique à vontade para fazer o mesmo nos comentários abaixo.

* Entusiasta e divulgador da cultura muito popular. Escreve sobre os intrigantes fenômenos da TV e da internet desde 2002

6 Comentários

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Maria Tereza

Neil comandando o Oscar foi bom demais. Discordo totalmente com esse texto. Achei muito bom o trabalho dele. Deixou a premiação mais leve. Geralmente é muito chata e arrastada. O cara é muito talentoso, mereceu estar lá. Por mim apresentava de novo ano que vem!

pedro83

Neil Patrick Harris não foi bem, mas seria menos ruim se não tivesse entrado no palco de cuecas. Não é porque a piada funcionou num filme que ela tem que ser repetida numa cerimônia do Oscar. Deverá entrar para a galeria de momentos constrangedores do Oscar, como Rob Lowe fantasiado de Branca de Neve.

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