De amigo dos peixes a bad boy: Jason Momoa salva Aquaman do ridículo
Arthur Curry, mais conhecido como Aquaman, nunca foi exatamente o herói mais cool dos quadrinhos. Meio humano, meio atlante, ele desde sempre foi alvo de piadas por falar com peixes, ficar fraco fora da água e ter um polvo como companheiro. E a versão mostrada na série animada “Superamigos” também não ajudou com a fama desse fundador da Liga da Justiça: quem consegue levar a sério um herói que usa golfinhos como jet skis?
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Por essas e outras, esse personagem aquático criado nos anos 1940 para enfrentar submarinos nazistas virou figura recorrente em comédias. Em um episódio da série “The Big Bang Theory”, por exemplo, Raj reluta em ser o Aquaman quando o grupo de amigos nerds decide se vestir como a Liga da Justiça para uma festa à fantasia, dizendo que o herói “é uma droga”. Em outro, se compara ao herói ao reclamar de só ser lembrado como última opção de companhias pelos amigos -- “Se fôssemos a Liga da Justiça, eu seria o Aquaman”, protesta.
A piada é tão recorrente que executivos da DC cansaram de ser abordados por artistas dizendo que sabiam como “consertar o problema do Aquaman”.
“Esses dias ficaram para trás, graças a Zack Snyder”, protesta, rindo, Jason Momoa, intérprete da nova versão do personagem em "Liga da Justiça", que estreia nesta quarta (15), quando questionado pelo UOL sobre a fama nada séria de Aquaman.
E ele tem razão. Se o que a DC queria era reinventar o personagem, o ator havaiano de 38 anos, conhecido como o Khal Drogo de “Game of Thrones”, foi a escolha perfeita. Com seu charme de bad boy praiano e visual meio surfista, meio motoqueiro, Momoa está bem longe do herói loiro de malha laranja dos quadrinhos --com a vantagem extra de também adicionar diversidade étnica ao elenco.
Em termos de personalidade, o ator traz para “Liga da Justiça” um Aquaman peculiar, com cara de mau e humor entre o sarcástico e o espirituoso, tudo para esconder seu lado mais vulnerável e seus conflitos internos, algo mais próximo de versões recentes das HQs, como “Os Novos 52”.
“Eu não sei se [a fama dele] vai mudar ou não. Deixe que façam piadas. Quando você vir esse filme, e quando vir 'Aquaman', e conhecer seus poderes, vai perceber isso. Se quiserem tirar sarro, tudo bem. Mas acho que seus poderes são incríveis”, diz o ator. E conclui, rindo: “Todo mundo adora peixes”.
Upgrade
Sim, os poderes realmente ganharam um belo upgrade. Saem as conversas com peixes (“É a água que faz a comunicação”, explica Aquaman a um Batman engraçadinho), os golfinhos e polvos. Entra a habilidade de manipular a água, mostrada em uma das cenas com a fotografia mais impressionante do filme.
O próprio Batman, Ben Affleck, também é só elogios à versão repaginada do herói. “Jason fez um trabalho incrível com o personagem. Acho que a Mulher-Maravilha também era um personagem difícil de transformar em algo legal. Se você pensa na Mulher-Maravilha da TV ou do desenho, é uma mulher de maiô com um jato invisível, sabe? E Aquaman é esse cara loiro com uma camisa laranja que fala com peixes”, compara. “São triunfos de bons atores e de diretores que guiaram o tom”.
Se nos quadrinhos o personagem ganhou um tom mais político na série mais recente, “Renascimento”, visto como uma ameaça estrangeira aos Estados Unidos, no cinema só vamos saber os rumos de sua história no fim do ano que vem, quando estrear seu filme solo, uma história de origem cujas filmagens acabaram há cerca de três semanas, na Austrália.
“Não sei como as coisas vão ficar. Mas sei que dei o meu melhor e acredito que essa é a minha interpretação. Não faço ideia se vão gostar ou não, mas quero que os fãs saibam que isto [Liga da Justiça] é um pequeno intervalo na vida do Aquaman”, conta.
“Terminamos de filmar a origem dele e vocês vão ver por que ele é como é, por que está na Islândia, por que se isolou das pessoas, por que não gosta de pessoas e odeia os atlantes. Não sabemos nada disso ainda. Vocês vão ter que esperar mais um ano e verão como ele era quando criança, quem eram seus pais, e por que ele está tão isolado. Depois de 'Liga da Justiça', vamos ver esse homem que se esconde por trás de tantas coisas se tornar rei e perceber que vai unir dois mundos”, adianta.
* A jornalista viajou a convite da Warner Bros.
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