UOL Entretenimento Cinema
 
10/02/2009 - 13h09

"Chéri" e "London River" desequilibram as principais apostas em Berlim

ALESSANDRO GIANNINI
Enviado especial a Berlim
Divulgação
Michelle Pfeiffer em Chéri: um dos poucos filmes a fugir da temática da crise mundial
IMAGENS DO SEXTO DIA DO FESTIVAL
VEJA OS FILMES DA SELEÇÃO OFICIAL
Até a última segunda-feira (09/02), dois filmes dividiam a preferência dos jornalistas e críticos concentrados na Berlinale. A bolsa de cotações da revista Screen International, um dos termômetros do festival, apontava o iraniano "Darbareye Elly" (Sobre Elly) e o americano "The Messenger" como os candidatos mais fortes ao Urso de Ouro. Já nesta terça-feira (10/02), sexto dia do certame, com as projeções de "London River" e "Chéri", essa situação muda completamente de figura.

"London River", de Rachid Bouchareb, acompanha a via crucis de um pai e uma mãe que procuram pelos seus filhos em Londres dias depois dos ataques ao sistema de transporte público da capital inglesa em 7 de julho de 2005. A princípio, eles se estranham por conta das diferenças culturais, religiosas e de um preconceito arraigado. Mas ao longo da jornada criam uma ligação forte.

Brenda Blethyn e o ator africano Sotigy Kouyaté fazem os papéis principais. E são as vigas mestras sobre as quais Bouchareb declaradamente construiu o filme. "Queria fazer um filme com liberdade de ação", disse ele, na coletiva realizada após a primeira exibição. "E queria que eles tivessem liberdade para interpretar." Conseguiu o feito em certa medida, tanto que ambos são apontados como fortes candidatos aos prêmios de atuação.

"Chéri", de Stephen Frears, também movimentou Potsdamer Platz - e não só por causa da presença de Michelle Pfeiffer. Adaptação para o cinema de dois romances da escritora francesa Colette, reúne novamente o time vencedor de "Ligações Perigosas": Frears, o roteirista Christopher Hampton e Pfeiffer. Rupert Friend faz o personagem-título, um jovem rico que antes de se casar passa seis anos com uma cortesã da sociedade da época interpretada pela atriz.

  • Julie Delpy revive a sanguinária condessa Bathory em novo filme
  • Veterano cineasta francês, Claude Chabrol ganha homenagem
  • Primeira vaia de Berlim vai para Gael García Bernal
  • "Storm" coloca em discussão a Justiça em Berlim
  • Thriller sobre bancos abre Festival de Cinema de Berlim
  • Cinéfilos viram a noite na fila para comprar entradas

    Ambientado na Belle Époque, "Chéri" tem grandes cenários, figurinos extravagantes e diálogos sensacionais. Pfeiffer, que ocasionalmente tem feito alguns filmes pequenos em Hollywood, dá corpo e sentido a essas falas na pele de Lea. Há ainda a personagem de Kathy Bates, super-protetora mãe de Chéri que manipula as situações para o bem estar do filho e a manutenção de sua situação financeira. O elenco também tem boas chances de conquistar prêmios de interpretação.

    É um dos poucos filmes da seleção oficial que foge da temática da crise, embora os jornalistas tenham tentado criar uma relação. "Não vejo porque tenha de haver necessariamente uma relação ruim", disse ele, durante a movimentada entrevista coletiva do filme. "Muitos dos filmes de Fred Astaire foram produzidos em função de uma crise e eram usados como escapismo."
  • Compartilhe:

      Siga UOL Cinema

      Sites e Revistas

      Arquivo

      Hospedagem: UOL Host