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Ator de "X-Men" vive homem atormentado atrás da ex-mulher em novo filme

Jessica Chastain e James McAvoy na sessão de fotos do filme "The Disappearance of Eleanor Rigby" - AFP
Jessica Chastain e James McAvoy na sessão de fotos do filme "The Disappearance of Eleanor Rigby" Imagem: AFP

Thiago Stivaletti

Do UOL, em Cannes (na França)

18/05/2014 09h23

O escocês James McAvoy não deve nem ter passado em casa para se trocar. Depois de ir ao Rio divulgar “X-Men: Dias de um Futuro Esquecido” e ganhar de Felipão a camisa da seleção brasileira, o jovem professor Xavier desembarcou no último sábado (17) no Festival de Cannes para lançar outro filme, “O Desaparecimento de Eleanor Rigby”, na mostra Un Certain Regard.

McAvoy subiu ao palco do festival para apresentar o filme ao lado do produtor Harvey Weinstein e da atriz Jessica Chastain. “É a minha primeira vez aqui em Cannes, mas estou de boca aberta com todo esse glamour”, brincou. “Mesmo sendo o primeiro filme dele, Ned Benson (o diretor) sabia exatamente como se comunicar com a gente, e o resultado ficou lindo”.

No filme, ele vive o atormentado Connor, que teve um casamento maravilhoso com a Eleanor do título (Jessica Chastain, de “A Hora mais Escura”). O casamento terminou por conta de um evento traumático, e Eleanor não quer nem mais ouvir falar dele. Mas os dois ainda são apaixonados um pelo outro, e volta e meia tentam ver se é possível voltar a ficar juntos e deixar todos os traumas para trás.

Em seu primeiro longa-metragem, o diretor Ned Benson conseguiu fazer um romance delicado, em que o sofrimento difuso dos personagens nunca é explicado ao espectador, impregnando a história com uma doce melancolia. É o típico bom filme independente americano. O elenco ainda tem William Hurt e Isabelle Huppert como os pais de Eleanor e Viola Davis (“Dúvida”) como a irônica professora da moça.

O filme apresentado em Cannes é na verdade uma fusão de dois filmes. Benson rodou dois filmes separados, um com o subtítulo “Ele”, apenas do ponto de vista de Connor, e outro chamado “Ela”, na visão de Eleanor. Foi Weinstein quem convenceu o diretor a criar uma terceira versão fundindo as duas, e é essa terceira que foi apresentada em Cannes. Esta versão final estreia em setembro nos EUA, mas o produtor promete lançar depois as duas primeiras versões em algumas poucas salas.

“Eu não sabia se poderia haver essa terceira versão porque não tinha tentado fazê-la. Se eu achasse que ela não existisse, teria jogado fora. Fiz dois filmes diferentes para dar ao público a opção de ver a história de dois pontos de vista diferentes. É maravilhoso dar ao público a chance de ver de outra forma”, disse o diretor à revista “Indiewire”.