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Alex van Warmerdam leva fábula inquietante para Cannes

19/05/2013 15h32

O filme holandês "Borgman", do diretor Alex van Warmerdam, apresentado neste domingo (19) na mostra competitiva de Cannes, é uma fábula sobre a intrusão de um homem suspeito em uma família. O filme, com ares de thriller, passeia pelo fantástico e tem pitadas de humor negro.

Conhecido pelo tom nada convencional, Van Warmerdam dirigiu filmes como "Habitantes" (1992) e "O vestido, e o efeito que ele produz nos homens que o olham" (1996). Em seu oitavo filme, o diretor traz agora para as telonas a irrupção de um vagabundo, Camiel Borgman, em meio a um casal e seus três filhos. O personagem é um homem enigmático, com ares que o tornam uma possível alegoria do mal.

Com uma produção apurada, muito gráfica, dentro de uma casa moderna cercada por um jardim, Alex van Warmerdam brinca com os medos do espectador e constrói aos poucos uma atmosfera perturbadora.

Mais sombrio do que as realizações anteriores do diretor, "Borgman" não deixa de estar permeado por um humor sagaz, que provoca risos em meio ao horror crescente.

"Eu quis explorar um aspecto desconhecido e sombrio da minha imaginação e ver o que eu poderia encontrar", explica Van Warmerdam, que também atuou no filme. Ele é Ludwig, personagem malvado amigo de Camiel.

"No filme eu quis mostrar que o mal surge na vida de todos os dias, em homens e mulheres comuns, normais e educados", acrescenta o diretor, que em 1998 já tinha participado da mostra "Un certain regard", em Cannes, com o filme "O pequeno Tony", mas que disputa pela primeira vez a Palma de Ouro.