"Não será diferente de ver um filme e formar sua opinião", diz Spielberg sobre júri de Cannes
Há uma brincadeira rolando em Cannes neste ano: numa safra com poucas estrelas, está mais fácil encontrá-las no júri oficial do que nos filmes. O júri que vai decidir a prestigiosa Palma de Ouro e outros prêmios tem como presidente este ano ninguém menos do que Steven Spielberg.
Sua equipe é cheia de Oscars na bagagem: Nicole Kidman (melhor atriz por “As Horas”), o diretor Ang Lee (melhor diretor por “As Aventuras de Pi”), Christoph Waltz (melhor coadjuvante por “Bastardos Inglórios” e “Django Livre”). Além deles, o ator francês Daniel Auteil (“Caché”), o diretor romeno Cristian Mungiu (Palma de Ouro por “4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias”), a cineasta japonesa Naomi Kawase; a diretora escocesa Lynne Ramsay e a atriz indiana Vidya Balan.
Depois de anos recusando convites para ser jurado em festivais pelo mundo, Spielberg aceitou a tarefa pela primeira vez. “Não é que eu tenha dito não esses anos todos. Nesta época do ano, estou sempre ocupado filmando.” Ele não mostrou nenhum incômodo com a função. “Estamos sempre julgando os filmes que vemos. O trabalho aqui não será diferente de entrar num cinema, ver um filme e formar sua opinião. E além do mais, todo mundo também tem sua opinião sobre nós”, declarou na coletiva de imprensa.
"São duas semanas de celebração do cinema e não duas semanas de competição entre filmes", disse o diretor.
Com exceção de “Louca Escapada” (1974), seus filmes sempre foram exibidos fora de competição em Cannes. “Isso é normal. Não podemos comparar maçãs com laranjas; filmes feitos para atrair o máximo possível de espectadores aos cinemas com filmes que mudam a sua maneira de ver a si mesmos, os outros, a vida”, disse. Ao final brincou: “Acho que vou rever ‘Doze Homens e uma Sentença’ como tutorial para me preparar para a reunião final do nosso júri.
O taiwanês Ang Lee disse ter um pouco de medo de dar sua opinião sobre os filmes em público e não poupou elogios a Spielberg: “Eu o idolatro, o vejo como um herói. Não sei como ele me vê”, brincou. “Eu idolatro ‘As Aventuras de Pi’, portanto também idolatro você”, devolveu o diretor de Indiana Jones.
Nicole Kidman brincou dizendo que não pediu nenhum conselho ao marido, o cantor Keith Urban, sobre como ser júri – atualmente, ele está na bancada do programa “American Idol”. Keith virá a Cannes acompanhar a mulher em seu trabalho. “Cannes é uma plataforma para os filmes, dá a chance para eles serem descobertos”, disse.
Christoph Waltz foi o que mais arrancou risadas na coletiva: “Uma boa psicanálise é a combinação entre um bom analista e um bom paciente. Da mesma maneira, seremos a combinação de bons filmes com o nosso trabalho de júri. Terei a chance de discutir com essas oito pessoas maravilhosas, vindas do mundo todo”.
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