Drama sobre amor entre meninas, "La Vie D'Adèle" ganha a Palma de Ouro em Cannes
Com fortes cenas de sexo entre duas meninas, o francês "La vie D'Adele" (A Vida de Adèle), de Abdellatif Kechiche, venceu a Palma de Ouro do Festival de Cannes.
O filme mostra as descobertas sexuais de uma garota de 15 anos que se apaixona por outra moça. O prêmio foi dado pelo júri presidido por Steven Spielberg, que fez questão de mencionar o grande trabalho do diretor e das atrizes Léa Seydoux e Adèle Exarchopoulos.
O Grande Prêmio do Júri, segundo lugar, ficou com a comédia dos irmãos Coen, "Inside Llewyn Davis", sobre um cantor de folk fracassado na Nova York dos anos 60. O ator Oscar Isaac, que vive o Llewyn do título, recebeu o prêmio em nome dos diretores.
O Prêmio do Júri, espécie de terceiro colocado, ficou com o japonês "Like Father, Like Son" (Tal pai, tal filho), de Hirokazu Kore-Eda, drama sobre duas famílias que descobrem que seus filhos foram trocados na maternidade há seis anos.
O veterano Bruce Dern levou a Palma de melhor ator pelo papel do velhinho que imagina ter ganhado na loteria em "Nebraska", de Alexander Payne – despontando desde já como um favoritos ao Oscar de melhor ator em 2014. Dern não estava mais em Cannes, e Payne recebeu o prêmio no seu lugar.
A francesa Bérénice Bejo, de "O Artista", venceu a Palma de melhor atriz por "Le Passé", de Asghar Farhadi (diretor de "A Separação"). Uma curiosidade: Berenice ficou com o papel que era de Marion Cotillard, que saiu do filme por problemas de agenda.
O mexicano Amat Escalante surpreendeu ao ficar com o prêmio de Melhor Diretor pelo violento "Heli", história de um jovem cuja família desmorona depois que a irmã mais nova se envolve com um jovem militar ligado ao narcotráfico.
O chinês Jia Zhangke, Leão de Ouro em Veneza por "Em Busca da Vida", ficou com o prêmio de melhor roteiro por "A Touch of Sin", que flerta com os filmes de samurais e no qual filma pela primeira vez cenas de violência e sangue.
Um filme de Cingapura, "Ilo Ilo", de Anthony Chen, levou o prestigioso prêmio Caméra d’Or, de melhor longa-metragem de diretor estreante. O filme foi exibido na paralela Quinzena dos Realizadores. No ano passado, o prêmio foi para o americano “Indomável Sonhadora”, de Behn Zeitlin, depois indicado ao Oscar de melhor filme e atriz.
A cerimônia foi apresentada pela atriz Audrey Tautou, de "O Fabuloso Destino de Amélie Poulain".
A atriz Kim Novak, 80 anos, foi aplaudida de pé pela plateia ao subir no palco para apresentar um prêmio. Ela lembrou que "Um Corpo que Cai" (1958), de Alfred Hitchcock, recebeu críticas negativas no lançamento – e, numa recente enquete da revista "Sight & Sound", ficou em primeiro lugar na lista dos melhores filmes de todos os tempos.
Em seu discurso de apresentação, o presidente do júri, Steven Spielberg, deu seu apoio ao movimento de exceção cultural na França – que reivindica que o cinema e outras artes não sigam as mesmas regras de outros setores nos acordos internacionais de comércio, preservando assim os produtores e cineastas de filmes independentes de pequeno orçamento.
Passaram pelo tapete vermelho na noite de encerramento atrizes como Uma Thurman e os membros do Júri: Steven Spielberg, Nicole Kidman, Christoph Waltz, Ang Lee e Daniel Auteil.
Palma de Ouro
“La Vie d’Adèle”, de Abdellatif Kechiche (França) – com menção para o diretor e as atrizes Léa Seydoux e Adèle Exarchopoulos
Grande Prêmio do Júri
“Inside Llewyn Davis”, de Joel e Ethan Coen (EUA)
Melhor diretor
Amat Escalante, por “Heli” (México)
Prêmio do Júri
“Like Father, Like Son”, de Hirokazu Kore-Eda (Japão)
Melhor Ator
Bruce Dern, por “Nebraska” (EUA)
Melhor Atriz
Bérénice Bejo, por “Le Passé” (França)
Melhor Roteiro
Jia Zhangke, por “A Touch of Sin” (China)
Prêmio Caméra d’Or(melhor longa-metragem de diretor estreante)
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