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Seymour Hoffman disse a amigos que sabia que iria morrer, segundo site

Do UOL, de São Paulo

04/02/2014 08h46

O ator Philip Seymour Hoffman, que foi encontrado morto no último domingo (2), com suspeita de overdose de heroína, teria confidenciado a amigos, seis semanas antes de morrer, que o vício iria matá-lo, publicou o site “TMZ”.

Segundo fontes ouvidas pelo site, ele disse, em dezembro, que havia começado a injetar e que não conseguia mais parar. Depois disso, chegou a se internar brevemente em uma clínica de reabilitação, mas sem sucesso. "Se eu não parar, sei que vou morrer", teria dito a um amigo.

Durante as últimas semanas, afirma o “TMZ”, Hoffman era frequentemente visto “desgrenhado e sujo” e vinha bebendo excessivamente. O ator, que já se internou para tratar o vício quando tinha 22 anos, apareceu abatido no festival independente de Sundance, em janeiro, e se recusou a conceder entrevistas.

Ele havia se separado recentemente da mulher, a figurinista Mimi O'Donnell, com quem teve três filhos. O corpo de Hoffman foi submetido a necropsia.

Heroína

A equipe da polícia responsável pela investigação da morte do ator encontrou cerca de 50 papelotes de heroína em seu apartamento, segundo fontes citadas pela "CNN".

Também foram encontradas mais de 20 seringas usadas, remédios de venda controlada e embalagens vazias de heroína.

De acordo com o "TMZ", a polícia investiga se a heroína estava misturada com outras drogas. Segundo o site, têm sido reportadas mortes nos Estados Unidos por conta de traficantes estarem vendendo heroína misturada com fentanil, uma substância altamente potente que pode causar parada respiratória.

Ainda segundo o "TMZ", Hoffman foi visto bebendo em um bar em Atlanta, na semana passada. Segundo testemunhas, além de beber, ele fazia visitas suspeitas ao banheiro com frequência, o que pode ser indício do uso de drogas.

Carreira

Nascido no interior do Estado de Nova York, perto de Rochester, Hoffman destacou-se pela primeira vez em "Boogie Nights", de 1997. Ganhou o Oscar em 2005, interpretando o escritor Truman Capote, e foi indicado ao prêmio em três outras ocasiões como coadjuvante, por "O Mestre" (2013), "Dúvida" (2009) e "Jogos do Poder" (2008).

No mês passado, esteve no festival de Sundance, em Utah, para a pré-estreia do thriller "O Homem Mais Procurado", em que interpreta o espião alemão Gunther Bachmann. Na ocasião, ele disse à Reuters que se identificava com a personalidade de Gunther, um homem que, motivado pela vergonha de um fracasso interior, se dispõe obsessivamente a capturar terroristas pelos meios que fossem necessários.

"Acho que seria difícil para qualquer um não se identificar com a solidão. Ele é um cara bastante solitário, motivado, obsessivo, que não se perdoa sob muitos aspectos. Muitos desses traços um monte de gente carrega em algum grau."